A Arquitetura Gótica

 A Arte Gótica é originária da França, nada tendo que ver o seu nome Gótico com as Gothas. Originou-se no norte da França, evoluindo do estilo Romântico, quando este atingia o ápice de sua fase.

Rápido esse novo estilo se propagou pelos países da Europa. Seu nascimento deve-se ao anseio que animava os povos da Europa no ano 1200, de criar um desenvolvimento mais liberto e mais intelectual. Vários sentimentos se encontraram; de um lado as idéias abstratas intelectuais, do outro uma emotividade impulsiva e além o misticismo religioso. Deste encontro surgiu a expressão mais pura do estilo Gótico, que apesar de ser originário da França, foi considerado como expressão de um puro estilo germânico. Com raras exceções o estilo Gótico se subordina somente à forma.

Tendo o estilo Romântico como fundamento principal, o Gótico assimilou bastante seus princípios essenciais, tanto que até se pensou chamar ao Romantismo de “Gótico de arcos arredondados”. Até as próprias ordens de arcos concêntricos dos portões, chamados subordinações dos arcos, com colunas correspondentes já se encontram no estilo Romântico, como se vê na catedral de Notre-Dame-la-Grande, de Poitier, não sendo, portanto característica nova do estilo Gótico. Poderíamos estabelecer assim a linhagem do Gótico: Grego – Etrusco – Romano – Romântico – Gótico. Pode-se também notar um traço comum com a grega: os aspectos estruturais em ambos estilos. É certo, pois, que a maioria das formas tem sua derivação da necessidade estrutural.

Características

Folhas – São principal ornamento do Gótico. A maneira pela qual são as folhas trabalhadas, é um guia certo do período a que pertencem. No Gótico primitivo do séc. XIII, as folhas eram mais ou menos convencionais e nada naturais. Depois, já no meio do séc. XIII foram feitas com expressão e energia para o Gótico final do XIV, ter sua forma quase natural. O ferro batido aparece no séc. XV. As alusões simbólicas também eram levadas em conta na seleção das plantas. Figuras de homens e animais eram usadas no Gótico, ás vezes de uma maneira exagerada e humorística.

Arcos ogivais ou pontiagudos – Estes arcos são formados por dois segmentos de círculo traçado de dois pontos diferentes:

  • Dentro da abertura
  • Nos limites da abertura
  • Fora da abertura

A Assíria é a sua forma mais antiga. Porém no estilo Gótico seu uso generalizou-se e podem mesmo ser considerado característicos do gótico.

Abóbadas sobre cruzamento de ogivas – É uma abóbada de arestas reforçadas por duas nervuras.

Paredes – Servem somente para conter, pois os arcobotantes tomaram o principal papel de suporte.

Arcobotantes ou arcos-escora – Contribuem para o equilíbrio das estruturas, contrabalançando a pressão oblíqua na abóbada da nave, passando por cima das naves laterais. São simples, duplos, ora ornamentados ou com arcadas.

Pilares – O Tipo mais comum tem um núcleo central com quatro colunas. Às vezes tem capitéis em alturas diferentes para dar aspecto de maior leveza.

Campanários – Estes não tem tantas variedades como no Romântico, mas suas composições são mais sábias.

Portões – São arcos concêntricos, chamados arquivoltas, atingindo colunetas.

Janelas – O tipo mais encontrado da janela gótica tem um olho, ou “óculos” e são divididas em duas na sua parte inferior.

Rosas – O principal papel desempenhado pela rosa é o de iluminar a nave. Suas dimensões podem ser consideráveis, tendo às vezes 10 metros de diâmetro, havendo diversos artifícios para fazê-las resistir à pressão da chuva e do vento.

Florões – É ornamento muito freqüente, é uma espécie de buquê com uma haste prismática.

Capitéis – Os capitéis góticos tivera o capitel coríntio como inspiração. As volutas parecem gomos cheios de seiva.

Chave da abóbada – É a pedra esculpida que se encontra no ápice da abóbada, na interseção dos arcos. Imita perfeitamente a folhagem.

Pináculos – É um ornamento típico do Gótico, sendo muito usado quando do período deste. São pedículos de base prismática terminados em pirâmide afinada, ornada de ganchos.

Vitrais – Estes são marchetados e não pintados. São compostos de pequenos fragmentos de vidro pintado na massa do vitral durante a fabricação. Seus efeitos são maravilhosos além de vedar o sol, dá-lhe tonalidades multicores, enchendo o ambiente de claridade e de mil reflexos.

Verticalidades – As construções góticas dão a impressão de procurarem verticalidade, demonstrando com isso, o desejo de parecerem mais altas.

Nas outras construções civis, além das igrejas podem-se notar ainda:

  • Janelas geminadas, com uma coluna no meio e abertura acima.
  • Lucarnas, espécies de clarabóias com arcobotantes (ornamentos).
  • Nos hotéis de cidade se vê uma torre central.
  • Portas feitas de diversas tábuas (planos) que se unem por meio de ferros, formando dobradiças sobre gonzos.
  • Lareiras formadas de colunetas.



(Castelo Medieval Típico)

Também nos castelos havia, além de um pátio, um ou dois cinturões fortificados. O torreão se situava no meio ou em um dos lados dos cinturões. O cinturão possui quase sempre uma porta só com 2 torres, uma grande e uma ponte levadiça. As torres tomavam a forma de bico ou eram redondas ou ainda, em quatro folhas, sempre reunidas por uma muralha com ameias e seteiras.

Estilo Gótico Francês

Os projetos das catedrais neste estilo tornam-nas altas e amplas. Raros são claustros, porém as capelas laterais destinadas aos santos são numerosas. Duas torres características. Quase sempre há mais torres, em grupos como em Laon e Chartres.

Arcos botantes verticais, quase sem projeções. Os interiores deviam seu efeito à grande altura, e são menos ornamentados que os ingleses, possuindo, porém, muita escultura.

Estilo Gótico inglês

Planos – Catedrais compridas, estreitas e baixas. Claustros freqüentes. Raras capelas laterais para santos. Com uma só torre central. Nunca há mais de três torres. Arcos botantes em etapas com projeções. Seus interiores, porém, bastante ornamentados. Muita escultura.

Estilo Gótico Belga

Os projetos deste estilo tornam as catedrais curtas como as francesas (exemplo: catedral de Antuérpia). Possuindo grandes capelas laterais no fim do santuário. Sendo mais comum a torre única como em Bruges. As paredes sem ângulos, são longas e muito regulares, provavelmente devido aos canais, como em Veneza, tem tal simetria e regularidade que dificilmente parecem góticas. Suas arcadas com pilares cilíndricos suportam arcos pontiagudos.

Estilo Gótico Alemão

Já neste estilo, os planos das Igrejas são do tipo variado, derivado do Romântico Alemão. Possuem torres gêmea ou única. Em geral, as entradas são insignificantes e viradas para o norte ou sul em vez de oeste. As rosas em suas janelas eram muito populares. As abóbadas são perfeitas em proporção e construção. O principal característico germânico especial é a imensa cobertura do “Hall” da Igreja que em um só arco cobre a nave. As esculturas são todas externas.

Estilo Gótico Italiano

Na Itália, este estilo foi profundamente influenciado pela tradição romana que a verticalidade característica do gótico ficou neutralizada pela cornija e outras linhas horizontais.

Extremamente, pode-se notar nas Igrejas: coberturas achatadas, janelas circulares na frente principal, ausência total de pináculos e arcobotantes. Vêem-se, ainda, mármores coloridos, afrescos, mosaicos e muito pouca escultura. A escultura embora sendo superior em técnica não é a parte especial ou essencial ao estilo, como na França, Inglaterra e Alemanha.

Estilo Gótico Espanhol

O caráter principal do gótico espanhol é dado pela influência da arte mourisca, especialmente em Toledo. Na catedral de Leon pode-se muito bem analisar o Gótico Espanhol.

Pode-se ver arcos em ferradura e escultura em pedra perfurada. A decoração de superfície muito rica em padrões geométricos. Enquanto os exteriores são de aparência achatada. Há grandes paredes e linhas horizontais com demasiado ornamento, devido talvez a influência moura.