A Literatura no Simbolismo

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  • Fuga à rigidez estética do Parnasianismo
  • Poesia livre na forma e nos temas
  • Apresentação subjetiva da realidade
  • Movimento preponderantemente poético
  • Reação ao positivismo e ao mecanicismo
  • Esoterismo, Hermetismo e Decadentismo
  • Misticismo e Espiritualismo

Brancuras imortais da Lua Nova, frios de nostalgia e sonolência... Sonhos brancos da Lua e viva essência dos fantasmas noctívagos da Cova.

(Flores da Lua - Cruz e Sousa)

Surge na França no Final do Século XIX uma Reação à Poesia Parnasiana

O Simbolismo designa a tendência literária surgida na França a partir das duas últimas décadas do século XIX, como reação à poesia parnasiana, à crueza do romance realista/naturalista e ao intelectualismo científico desse período. Nessa época, predominavam as idéias positivistas do filósofo francês Augusto Comte, marcadas por uma visão científica e objetiva do mundo. Nesse contexto, surge o simbolismo como uma reação ao positivismo e ao mecanicismo presente na poesia dos parnasianos. O simbolismo representa, portanto, um movimento literário preponderantemente poético.

1886 - Le Figaro inaugura oficialmente o Simbolismo com artigo do poeta francês Jean Moréas

Costuma-se considerar o soneto Correspondances, de Charles Baudelaire, o ponto de referência no surgimento da poesia simbolista. Oficialmente, entretanto, o Simbolismo tem início em 1886, quando o jornal Le Figaro publica um suplemento literário assinado pelo poeta francês Jean Moréas, no qual é declarado que o simbolismo representava um movimento idealista e transcendente, radicalmente contrário ao positivismo e ao realismo/naturalismo.

Poetas Intuitivos

Os poetas simbolistas procuram ser intérpretes de uma simbologia universal, que se expressa por intuição e não pela razão científica. É a arte pela arte. Para eles, a poesia parnasiana, com sua perfeição formal obsessiva, não era sequer poesia propriamente dita, uma vez que desprezava os significados simbólicos dos versos, valorizando tão somente a forma, a métrica perfeccionista.

Esoterismo, Hermetismo e Decadentismo


Esoterismo - A arte simbolista dava grande importância ao inconsciente no processo de criação. Por isso a tendência dos simbolistas em buscarem motivação nos ensinamentos místicos e doutrinas esotéricas.

Hermetismo - quer dizer uma linguagem inacessível, difícil. Era assim que os simbolistas se expressavam, porque buscavam nas palavras novas expressões, sempre enfatizando seu valor simbólico, o que tornava a leitura de seus versos uma tarefa árdua.

Decadentismo - esse sentimento, que vem a ser a sensação de que o universo está em irreversível estado de extinção (espiritual e intelectual), estava presente em praticamente todos os primeiros simbolistas. Chegavam mesmo a preconizar que o estado de decadência do universo era tal que esse processo redundaria no fim do próprio mundo. Esse sentimento, porém, não acompanhou toda a trajetória da estética simbolista, sendo marcante apenas nos seus primeiros momentos.

Alguns Simbolistas Estrangeiros

Charles Baudelaire, Jean Moréas, Mallarmé, Novalis, Rimbaud, Verlaine, Wagner, Villiers de L'IsleAdam, Gérard de Nerval, Camilo Pessanha, Eugênio de Castro, Maeterlinck.

Simbolismo no Brasil

No Brasil, o Simbolismo surge com a publicação do livro Canções da Decadência, de Medeiros de Albuquerque, em 1889. Dois anos depois, João da Cruz e Souza, Emiliano Perneta e B.Lopes lançam um manifesto simbolista e, em 1893, o movimento se expande devido ao impacto da publicação de dois livros de Cruz e Souza: Missal (prosa) e Broqueis (poesia). Juntamente com Cruz e Souza, Alphonsus de Guimaraens se firma como a mais eloqüente expressão do Simbolismo brasileiro, com suas poesias carregadas de misticismo e decadência. Outros nomes importantes são Emiliano Perneta, Mário Pederneiras, Augusto dos Anjos e Pedro Kilkerry, sendo alguns já considerados pelos críticos como pré-modernistas. No romance, o Simbolismo influenciou a obra de importantes autores pré-modernos como Lima Barreto, Graça Aranha e Coelho Neto.

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