A Música no Barroco

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Primeiro Barroco 1620-1700

O início do século XVII foi marcado por grandes evoluções técnicas, principalmente na construção e desenvolvimento de instrumentos musicais. As atenções dos compositores, então, voltaram-se à música instrumental. Os músicos seiscentistas são os criadores dos embriões da maior parte dos gêneros orquestrais conhecidos hoje: concerto, abertura, sinfonia etc.

O concerto nasceu com o nome de concerto grosso. A diferença entre esse e o concerto clássico é que não há um solista, mas um grupo deles - o concertino, que dialoga com o restante da orquestra, o chamado ripieno. Um dos primeiros que se destacaram nesse gênero foi o italiano Arcangelo Corelli.

A sinfonia barroca não tem quase nenhuma relação com o tipo de sinfonia que estamos acostumados a ouvir hoje, como as de Beethoven, por exemplo. O nome sinfonia era dado às introduções orquestrais que precediam as apresentações de ópera - o que chamamos modernamente de abertura. Mas parece indiscutível que essas aberturas tenham sido as mães de todas as sinfonias; por merecimento, o avô seria Alessandro Scarlatti, um dos maiores operistas do período, criador do modelo italiano de abertura, dividida em três partes segundo o esquema rápido-lento-rápido. Exatamente como os três movimentos da sinfonia clássica.

No campo vocal, Marc-Antoine Charpentier escreve as primeiras cantatas (algo como uma suíte vocal, que reveza árias e recitativos, sem elementos dramáticos) e Giacomo Carissimi, os primeiros oratórios (cantatas longas, quase óperas não encenadas). Na ópera, Henry Purcell e Jean-Baptiste Lully são os maiores; na Itália, o estilo de ópera vai se transformando, ficando mais virtuosística e menos apegada ao libreto. É o nascimento do bel canto.

Segundo Barroco 1700-1750

A geração de compositores do início do século XVIII não dedicou-se à criação de novos gêneros, como a geração passada, mas sim à sua consolidação, levando os disponíveis à perfeição. Os concertos grossos, as cantatas, os oratórios, as paixões, a música para cravo e órgão, todas as modalidades atingiram seu mais alto nível e alcançaram sua forma definitiva.

Toda a música instrumental deste período é dominada pela fuga. A fuga é uma forma de escrita contrapontística, isto é, uma composição onde várias vozes (geralmente quatro) dialogam, "brigam" e se transformam, num fluxo intenso de música que exige bastante do ouvinte. A maior parte dos concertos, dos prelúdios-corais e dos motetos é escrito em forma fugata.

Outra característica da música orquestral setecentista é o baixo contínuo. O contínuo é um instrumento - geralmente de teclado, como o cravo ou clavicórdio - responsável em grande parte pela sustentação harmônica da obra. Como seu próprio nome diz, ele toca continuamente. Dada a sua importância estrutural, o baixo contínuo geralmente comandava toda a execução, e seu posto geralmente era destinado aos mestres-de-capela, os regentes. Ainda hoje, nos conjuntos de instrumentos de época, o maestro está sentado ao cravo.

O maior compositor barroco é, sem dúvida, o alemão Johann Sebastian Bach. Ele cultivou todos os gêneros, exceto ópera e balé, e a enorme força de sua obra ainda se faz sentir, tanto na música vocal, com suas cantatas e oratórios (incluindo aí a fabulosa Paixão segundo São Mateus), como na música instrumental, com suas tocatas para órgão e o Cravo bem temperado, obra definitiva que é referência para toda a música que seria mais tarde composta.

O alemão naturalizado inglês George Frideric Handel é outro nome de destaque, principalmente na ópera e no oratório (O Messias é o maior exemplo). Antonio Vivaldi, padre veneziano, ficou célebre por seus concertos e é o pai da música sinfônica posterior; porém, ele também se dedicou bastante à ópera e à música sacra.

Domenico Scarlatti, filho de Alessandro, era o Vivaldi do Cravo. Escreveu mais de quinhentas sonatas para seu instrumento. Porém, a sonata barroca nada tem a ver com a forma que seria desenvolvida no Classicismo. É uma peça, geralmente curta, para instrumento solista, e é assim chamada para diferenciá-la da cantata: uma é cantada, a outra é tocada.

O último grande nome do Barroco é o francês Jean-Phillipe Rameau. Ele deixou duas grandes contribuições: a primeira foi dada na teoria, com seus tratados de harmonia que consolidaram o sistema tonal como o predominante nos próximos 150 anos; a segunda foi dada na prática. Ele se voltou contra a ópera de estilo italiano de A. Scarlatti e Handel, então em moda, e compôs obras mais sóbrias, onde o coro e a orquestra tinham maior destaque. Sua busca de harmonia e equilíbrio foi o pontapé inicial do Classicismo.

 

 

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