Começam os movimentos de independência nas colônias espanholas sul-americanas
Embora o conflito de interesses entre os crioulos (elites coloniais) e a metrópole espanhola tenha suas raízes em meados do século 18, o contexto das guerras européias após 1796, principalmente a Guerra Peninsular (1807-14) deram às colônias uma independência econômica e, depois da abdicação de Fernando 7° (1808), liberdade política, despertando os movimentos de independência. As reações à liberdade política foram diferentes nas diversas colônias. Entre 1808 e 1810, "juntas" leais a Fernando 7° controlavam a cidade do México e Montevidéo, reprimindo os crioulos; em outras cidades, como Santiago, Caracas e Bogotá, ocorria o contrário. Já em 1810, o desejo de independência já era claro em várias regiões, quando ocorreu a primeira declaração de independência, por uma facção da elite crioula de Buenos Aires. Inicialmente, os movimentos foram dificultados pela ofensiva contra-revolucionária dos monarquistas espanhóis, e o quadro em 1815 mostrava uma forte reação espanhola, que havia reconquistado a Venezuela e a Nova Granada. No ano seguinte, os movimentos ganharam novo impulso, quando Simón Bolívar voltou do exílio para a Venezuela. Tropas lideradas por Bolívar atravessaram os Andes e venceram a batalha de Boyaca, proclamando os Estados Unidos da Colômbia (1819). As vitórias de Carabobo (1821) e Pichincha (1822) anexaram a Venezuela e o Equador à Federação Colombiana. Do sul, o movimento de independência foi liderado por San Martín, que havia atravessado os Andes a partir das províncias de La Plata (Argentina) e venceu as batalhas de Chabuco (1817) e Maipo (1818), libertando o Chile. Os dois movimentos centraram então suas forças contra o bastião do império espanhol, o Peru. As batalhas de Junín e Ayacucho (1824) foram a vitória definitiva na libertação do continente. A Federação Boliviana da Grã-Colômbia sobreviveu até 1829, quando começou a se desintegrar. Os desenvolvimentos após período pós-independência demonstraram a continuidade da ordem social estabelecida durante o perído colonial e a impossibilidade de estabelecer uma América Espanhola unificada.