Revolução Mexicana
Longo e sangrento conflito mexicano, marcado por grandes reformas sociais e políticas. As origens da revolução remontam às tensões geradas pela presidência cada vez mais autoritária de Porfírio Díaz, conhecida como Porfiriato (1876-1911). O regime tornou-se cada vez mais centralizador e autoritário, sem alterar a estrutura social oligárquica. Em 1910, Francisco Madero, líder do movimento de oposição à reeleição de Díaz conseguiu atrair clamor popular ao propor a derrubada de Díaz, que renunciou em 1911. Madero foi eleito presidente, mas sua inabilidade política fez com que fosse assassinado em um golpe contra-revolucionário liderado pelo general Vitoriano Huerta, em 1913. Huerta, por sua vez, foi derrotado pela hostilidade diplomática dos EUA e por uma coalizão de facções revolucionárias liderada por Emiliano Zapata, Pancho Villa, Venustiano Carranza e Alvaro Obregon. Os vitoriosos, no entanto, dividiram-se em constitucionalistas (Carranza e Obregon), que almejavam a reforma da Constituição Liberal de 1857, e convencionistas (Zapata e Villa), que desejavam implementar as propostas radicais da convenção de Aguascalientes (1914). A guerra civil que se sucedeu foi longa e sangrenta. Em fevereiro de 1917, promulgou-se a constituição reformada, mas ela foi largamente ignorada. Carranza equilibrou-se no poder por meio da violência contra a oposição - Zapata foi assassinado em 1919 -, mas ele próprio foi morto em 1920, ao tentar fugir da cidade do México, já politicamente isolado. O ano de 1920 é, em geral, considerado o fim do conflito, embora tenha ocorrido choques até 1934, quando Lázaro Cárdenas assumiu a presidência. A revolta mais importante após 1920 foi a Guerra dos Cristeros (1926-1929), quando milhares de camponeses cristãos, incentivados pela Igreja Católica, levantaram-se em protesto ao governo revolucionário, sendo derrotados na batalha da Reforma, em 1930.