Vargas comete suicídio

Depois de eleito com uma expressiva maioria de votos em 50, Vargas iniciou no ano seguinte um intenso programa econômico nacionalista, cujo símbolo maior foi a criação da Petrobrás, em 1953. O seu programa no entanto não impediu uma forte crise econômica. Vargas, incapaz de manipular as forças políticas como no passado, tornava-se cada vez mais vulnerável à oposição, formada pelos militares que o depuseram em 1945 e pela UDN (União Democrática Nacional). O maior símbolo da oposição a Vargas, contudo, era o jornalista com aspirações políticas Carlos Lacerda, que atacava violentamente o presidente em programas de rádio e por meio do seu jornal, Tribuna da Imprensa. A crise chegou ao clímax com a frustrada tentativa de assassinato de Lacerda, no Rio. À morte do major Rubem Vaz no incidente seguiu-se uma investigação conduzida pela aeronáutica, que apontou o chefe da guarda pessoal de Vargas como o mentor do crime. Pressionado pelas denúncias de corrupção ao seu governo, pela tentativa de assassinato de Lacerda e tendo de ponderar sobre um pedido de resignação feito pelos militares, Vargas parecia cada vez mais isolado. No dia 24 de agosto, após uma longa reunião com o seu gabinete, Vargas voltou ao seu quarto no palácio do Catete, tirou o revólver da gaveta, apontou contra o seu coração e disparou um único tiro. A comoção que se seguiu alterou a história política do país. A baixa popularidade de Vargas transformou-se em apoio ao presidente morto. Uma multidão no Rio acompanhou o seu cortejo fúnebre, e vários jornais da oposição foram pilhados. Lacerda, acuado, teve de abandonar o país em exílio, e os militares tiveram de abortar os planos de chegar ao poder por dez anos.