Biografia de Cyro Martins
Cyro Martins (1908-1995) foi um escritor, neurologista e psiquiatra brasileiro. Autor da “Trilogia do gaúcho a pé”, integrou o grupo dos romancistas de 30, do segundo tempo do Modernismo, que introduziu uma temática e uma linguagem regionalista na literatura.
Cyro Martins nasceu no município de Quaraí, no estado do Rio Grande de Sul, no dia 5 de agosto de 1908. Filho de Apolinário Martins e Feliciana Martins iniciou o curso primário em sua cidade natal.
Em 1920, Cyro Martins transfere-se para Porto Alegre e ingressou, como aluno interno, no Colégio Anchieta, dando início, nos anos seguintes, à sua carreira de escritor.
Carreira Literária
Ainda interno no Colégio Anchieta, Cyro Martins iniciou sua carreira de escritor com produções em prosa e verso. Em 1924, seu primeiro artigo é publicado no jornal “A Liberdade”, editado na cidade de Artigas, no Uruguai, sob a orientação de um grupo que de opunha ao governo estadual.
Formação em Medicina
Em 1928, Cyro Martins entrou para a Faculdade de Medicina de Porto Alegre. Nessa época escreveu seus primeiros contos. Formando-se em 1933, retorna para Quaraí, onde, durante três anos se dedica a clinicar.
Primeiro Livro
Em 1934, Cyro Martins publica sua primeira obra “Campo Fora”, reunindo os contos escritos em sua época de estudante.
Em 1937, muda-se para o Rio de Janeiro com a finalidade de estudar neurologia. Em 1938, vai para Porto Alegre prestar concurso para psiquiatra no Hospital São Pedro.
Trilogia do Gaúcho a Pé
Ainda em 1938 é pulicado no Rio de Janeiro seu primeiro romance “Sem Rumo”, o primeiro livro da “Trilogia do gaúcho a pé”.
Em 1939 abre consultório em Porto Alegre e publica seu segundo romance “Enquanto as Águas Correm”. Continuando a trilogia, publica o segundo livro, “Porteira Fechada” (1944).
Em 1951, Cyro Martins vai para Buenos Aires, formando-se em clínica psicanalítica no Instituto de Psicanálise da Associação Psicanalítica da Argentina. Nessa época, desenvolveu grande atividade também como ensaísta, particularmente na área de temas psicanalíticos.
Com a publicação de “Estrada Nova” (1954), considerada a obra-prima de Cyro Martins, está concluída a “Trilogia do gaúcho a pé”, que fixa o processo de expulsão dos trabalhadores do campo, face à modernização capitalista que avança.
O transporte ferroviário, as cercas de arame farpado e as pastagens artificiais reduzem a necessidade de mão de obra e enviam para as cidades esses tipos rudes, que vagam pelas pequenas aglomerações urbanas em busca de emprego. Como não o conseguem, tornam-se marginalizados.
Romancistas de 30
Na década de 30 e 40, o romance, mais do que a poesia e o conto predominou na literatura brasileira, enveredando-se principalmente pelo regionalismo e pela abordagem psicológica.
Cyro Martins partiu da mesma temática de Érico Veríssimo: o grande pastoril, das imensas fazendas, da grande produção de couro e carne. Enquanto Érico preferiu abordar a saga das classes dominantes, Cyro optou pelos desvalidos do pampa: peões, agregados e pastoreios.
Outras Obras
Em 1964, Cyro Martins publica seu primeiro livro de ensaios, “Do Mito à Verdade Científica”. Na área da ficção, publicou o livro de contos, “A Entrevista” (1968) e o romance, “Sombras na Correnteza” (1979). Em 1980 publica seu terceiro livro de contos, “A Dama do Saladeiro”, e em 1982 a novela “O Príncipe da Vila”.
Cyro Martins faleceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 15 de dezembro de 1995.
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