O vinho na História da Arte

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O vinho na história da arte.

A vinicultura e o vinho como protagonistas de pinturas de diversos artistas.

Há quem diga que sem o vinho, não há inspiração artística. Há ainda quem não apenas sirva-se dele para dar vazão aos pensamentos e ideias, mas literalmente traga o vinho para dentro de sua obra. Desde a antiguidade clássica, o tema do vinho é retratado por escritores, pintores, escultores etc.

Dionísio, ou Baco, o deus do vinho, serviu de inspiração para muitos, desde a Grécia antiga até o Renascimento e além. Não são poucos os personagens míticos relacionados ao vinho que aparecem em obras clássicas, contudo, o próprio vinho também faz sua aparição, principalmente em trabalhos renascentistas e impressionistas.

Diz-se que os artistas são um retrato do pensamento de sua época, do seu entorno, e é muito por causa disso que o vinho vai aparecer. Seja para mostrar um momento de felicidade, seja para fazer uma crítica social, seja “apenas” para compor um retrato de época. Com tantas obras em que o vinho é retratado, ADEGA decidiu selecionar 10 pinturas de autores clássicos para mostrar a importância dessa bebida na arte.

O triunfo de Pan - Nicolas Poussin

Na sala 29 da “The National Gal - lery”, de Londres, encontra-se esta obra encomendada pelo cardeal de Richelieu e despachada de Roma a Paris em maio de 1636 para fazer par - te da decoração do Cabinet du Roi no Château de Richelieu. O mestre francês – que viveu boa parte da vida na Itália –, Nicolas Poussin (consagrado por suas versões do “Rapto das Sabinas”) representa uma celebração entre ninfas e sátiros diante de uma estátua de Pan, deus das florestas, que está muito associado ao deus Baco. A celebração, aliás, pode ser considera - da um bacanal, com dança, bebida (vinho) e sexo. A obra foi encomen - dada juntamente com outra intitulada “Triunfo de Baco”, também por Richelieu.

A taça de vinho - Johannes Vermeer

 

Vermeer é um dos mais conhecidos pintores flamengos do século XVII, famoso por suas cenas domésticas, como a “Garota com brinco de pérola”, considerada sua principal obra. O tema da mulher com uma taça de vinho serviu para que ele produzisse duas destacadas pinturas por volta de 1660. No quadro “A taça de vinho”, que se encontra na Gemäldegalerie, em Berlim, o artista mostra uma mulher ter - minando sua taça de vinho enquanto um homem aguarda com a jarra para preenchê-la novamente. Suas intenções não parecem tão claras quanto uma pintura anterior, chamada de “Moça com taça de vinho”, em que o homem está reclinado sobre a garota, incentivando-a a beber.

 

As bodas de Caná - Paolo Veronese

 

Na mesma sala do museu do Louvre, em Paris, em que se encontra da Monalisa de Leonardo Da Vinci, está uma das principais obras de outro dos grandes gênios da Renascença italiana, Paolo Veronese. Apesar de todos se empinhocarem para ver a minúscula Gioconda, não dá para não notar o gigantesco trabalho de quase sete metros de altura por 10 de largura encomendado pelos beneditinos do mosteiro de San Giorgio Maggiore, em Veneza, para adornar seu novo refeitório em 1563. Na famosa cena bíblica das Bodas de Caná – passagem bíblica em que Cristo realiza seu primeiro milagre (transformar água em vinho) –, Veronese retrata Jesus ao centro, cercado por sua mãe e seus discípulos, e o noivo e a noiva no canto esquerdo.

 

Zombeteiro é o vinho - Jan Steen

 

“Zombeteiro é o vinho e amotinadora a cerveja: quem quer que se apegue a isto não será sábio”. A famosa passagem é do livro dos Provérbios 20:1, na Bíblia. Este foi um dos diversos motes moralizantes dos Provérbios que o mestre Steen utilizou em suas obras. Aqui ele retrata uma mulher (talvez uma prostituta) embriagada sendo levada em um carrinho em claro sinal de humilhação diante do abuso da bebida. A primeira parte do versículo bíblico está escrita na soleira da porta. Apesar do tema forte, ele é retratado de forma bem humorada. Steen era muito familiarizado com cenas do gênero, pois era dono de uma cervejaria e, dizem, era ele mesmo seu principal freguês. A pintura de 1663-64 está no museu Norton Simon.

 

O triunfo de Baco - Diego Velázquez

 

Uma das principais obras do mestre do Barroco espanhol, Diego Velázquez, que retratou tantas cenas bíblicas tem o vinho como tema, não de forma sagrada, porém profana. Sua pintura exposta no célebre Museu do Prado, em Madrid, “O triunfo de Baco”, ficou conhecida também como “Os bêbados”. Nela, o deus mitológico aparece coroando possivelmente um poeta inspirado pelo vinho. A obra foi comissionada pelo rei Felipe V, da Espanha, cuja coleção de obras italianas certamente influenciou o pintor na realização desta. A contraposição das feições bem trabalhadas do deus em comparação com a dos sorridentes bêbados (dois deles com olhar fixo no expectador, como que convidando-o a participar da festa) é marcante.

 

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