O Frenético Dancin’Days no Teatro Bradesco Rio

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa
 

Asas abertas, feras soltas, o Rio de Janeiro era uma festa. E não havia lugar mais adequado para celebrar do que o Frenetic Dancing´Days Discotheque, boate idealizada pelos amigos Nelson Motta, Scarlet Moon, Leonardo Netto, Dom Pepe e Djalma Limongi, ponto de encontro de todos os seres livres.

Quatro décadas depois, a felicidade bate novamente à porta. É hora de aumentar o som e dançar sem parar. Ao lado de Patrícia Andrade, o próprio Nelson Motta assina a história de ‘O Frenético Dancin´Days’, a partir de 24 de agosto, no Teatro Bradesco Rio. O musical marca a estreia da coreógrafa e bailarina Deborah Colker na direção de um espetáculo teatral, com realização das Irmãs Motta e Opus e produção geral de Joana Motta.

“Eu sabia da potência, da força do Dancin´Days, de como ele mudou a cidade. A boate chegou com esse caráter libertário, lá as pessoas eram livres, podiam ser como elas são. Isso tem uma grande força política, social, filosófica, artística. Não há nada como o livre arbítrio, estar em um lugar onde você vai ser quem você é”, afirma Deborah.  “O Dancin´Days foi uma ilha de liberdade e alegria. Vínhamos de 12 anos de ditadura, estávamos mesmo precisando soltar as feras e cair na gandaia”, complementa Nelson Motta.

O musical é uma superprodução, com 16 atores e sete bailarinos, escolhidos através de audições, à exceção de Stella Miranda, uma das mais importantes atrizes de musicais do país, que foi convidada especialmente para o projeto. Além de Stella, que interpreta Dona Dayse, o elenco é formado por: Ariane Souza (Madalena), Bruno Fraga (Nelson Motta), Cadu Fávero (Djalma), Franco Kuster (Léo Netto), André Ramiro (Dom Pepe), Gabriel Manita (Tony Manero/Inácio/Catarino), Karine Barros (coro/stand in feminino), Larissa Venturini (Scarlet), Natasha Jascalevich (Bárbara),  além das Frenéticas: Carol Rangel (Edyr de Castro), Ester Freitas (Dhu Moraes), Ingrid Gaigher (Lidoca), Julia Gorman (Regina Chaves), Larissa Carneiro (Leiloca) e Ludmila Brandão (Sandra Pêra).

Deborah Colker (premiada na Rússia com o Prix Benois de la Danse, considerado o Oscar da Dança) assina também as coreografias (ao lado de Jacqueline Motta) e terá ao seu lado uma ficha técnica de peso: Gringo Cardia (cenografia e direção de arte), Maneco Quinderé (desenho de luz), Alexandre Elias (direção musical), Fernando Cozendey (figurinos) e Max Weber (visagismo). Passarão pelo palco os principais personagens que marcaram não apenas a história da boate, mas da cultura nacional.

Os cenários e figurinos recriam a atmosfera disco, mas com uma identidade própria. “A minha inspiração foi a estética de como as pessoas se comportavam na época e o quão ousadas eram no vestir”, explica Fernando Cozendey. “O desafio foi trazer o shape 70 atualizado, criar algo que ainda provocasse espanto, alegria e libertação para um público em 2018. O espetáculo para mim é sobre transgressão de ser, vestir, dançar, existir”, acrescenta.

A direção musical de Alexandre Elias também acompanha o espírito da época e inova ao trazer um DJ pilotando a música ao vivo. “Quando a Joana Motta me convidou para esse projeto, ela veio com essa “sacada” que iríamos contar a história de uma discoteca e que devíamos ter um DJ. E, no caso do Dancing´Days, o DJ Dom Pepe era uma das figuras centrais”. Para construir os arranjos, Alexandre Elias passou meses pesquisando e optou pela técnica dos samples. “Estamos usando tecnologia de ponta nessa área, misturei elementos dos arranjos originais, que são clássicos presentes na nossa memória afetiva, com ideias minhas e da direção, para chegarmos ao resultado final”, explica Alexandre.

Dance sem parar

A noite carioca fervia nos anos 70, quando a casa foi criada para inaugurar também o Shopping da Gávea. A cena disco estava explodindo em Nova York, mas ainda não tinha acontecido no Brasil. O Dancin´Days foi inaugurado em 05 de agosto de 1976 e marcou a chegada da discoteca no país. Lady Zu, Banda Black in Rio, Tim Maia, a pista da boate fervia. Na casa, se apresentaram nomes como Rita Lee (ainda com o Tutti-Frutti), Raul Seixas, Gilberto Gil. “Eu adoro dançar, eu adoro dança, tudo que se movimenta. E para dançar você precisa de música. E música boa é a junção perfeita. E não tem como o Dancin´Days não ter isso, é uma música muito boa, é a melhor. É um iluminismo!”, celebra Deborah.

Nada causou tanta sensação quanto o surgimento das Frenéticas. Contratadas inicialmente como garçonetes, elas também faziam uma breve apresentação durante a madrugada. O sucesso foi imediato: Leiloca, Sandra Pera, Lidoca, Edyr, Dhu Moraes e Regina Chaves logo abandonaram as bandejas e assumiram os holofotes. Elas foram o primeiro grupo contratado da multinacional Warner, que estava aportando no Brasil. O país inteiro cantou ‘Dancin´Days’, ‘Perigosa’, ‘O Preto que satisfaz’ (abertura da novela ‘Feijão Maravilha’, da TV Globo), entre tantas outras.

“As Frenéticas foram obra do acaso e, claro, do talento de seis garotas que eram atrizes desempregadas, começaram como garçonetes do Dancin´Days e, no fim da noite, cantavam quatro músicas. Foi um estouro! o Dancin lotava só para ver as Frenéticas, que se tornaram as rainhas da discoteca no Brasil”, aponta Nelson.

A boate funcionou por apenas quatro meses, pois o contrato era limitado ao período que antecedia a abertura do Teatro dos Quatro. Ela celebrava um Rio e um país que conseguiam ser livres, apesar da ditadura militar. A casa reunia famosos e anônimos, hippies e comunistas, todas as tribos com o único objetivo de celebrar a vida. O sucesso foi tamanho que a casa foi reaberta no Morro da Urca e inspirou a novela ‘Dancin´Days’, de Gilberto Braga, que tinha a música homônima das Frenéticas como tema de abertura. O país inteirou caiu na gandaia e entrou na festa.

E é justamente esta celebração que estará de volta a partir do dia 24 de agosto. O espetáculo relembrará grandes clássicos da discoteca como ‘I love the nightlife’, ‘You make me feel might real’, ‘We are Family’, ‘Y.M.C.A’, ‘Stayin´alive’, além de clássicos das Frenéticas e grandes sucessos nacionais da época, como ‘Marrom Glacê’ e ‘A noite vai chegar’, entre outros. O Rio de Janeiro voltará a sorrir!

 

Ficha Técnica

Texto – Nelson Motta e Patrícia Andrade

Direção geral –  Deborah Colker

Direção Musical – Alexandre Elias

Coreografia – Deborah Colker e Jacqueline Motta

Cenografia e direção de arte – Gringo Cardia

Desenho de luz – Maneco Quinderé

Figurinos – Fernando Cozendey

Visagismo – Max Weber

Assistente de direção: Gustavo Wabner

Colaboração artística: Toni Platão

Produção de elenco: Cibele Santa Cruz

Produção geral – Joana Motta

Gerente de Produção Opus – Graziele Saraiva

Direção de Produção – Renata Costa Pereira e Edgard Jordão

Produção Executiva – Vanessa Campanari

Realização – Irmãs Motta e Opus

 

Classificação: Livre

Duração: 120 min.

 

MINISTÉRIO DA CULTURA apresenta

Lei Federal de Incentivo à cultura

Realização: IRMÃS MOTTA LTDA, OPUS e MINISTÉRIO DA CULTURA Governo Federal – Ordem e Progresso

 

SERVIÇO:

Estreia: 24 de agosto (sexta)

Temporada: até 21 de outubro 

 

Horários

Sextas: 21h

Sábados:  17h e 21h

Domingos: 18h

 

 Teatro Bradesco Rio (Avenida das Américas, 3900 – loja 160 do Shopping VillageMall – Barra da Tijuca)

 

www.teatrobradescorio.com.br

 

Fonte: Sopa Cultural

Imprimir Email

  • /index.php/salas/65-espaco-cultural/noticias/1142-rio-wine-and-food-festival
  • /index.php/salas/65-espaco-cultural/noticias/1140-projeto-livros-nas-pracas-em-ribeirao