Benedetto Croce
Croce nasceu numa família de ricos proprietários de terra e teve uma educação católica. Em 1883 perdeu seus pais e irmãos num terremoto na ilha de Ischia.
Foi morar com um tio em Roma, onde começou a estudar direito. Sem concluir a universidade, voltou a Nápoles, passando a cuidar dos negócios. Começou a escrever ensaios. Nos anos seguintes viajou para a França, Espanha, Alemanha e Inglaterra.
Em 1903 fundou a revista "La Critica", onde publicou a maioria de seus escritos. A revista duraria até 1943. Croce interessou-se primeiramente por história e, mais tarde, por influência do filósofo Gianbattista Vico, passou a interessar-se por filosofia. Comprou a casa onde Vico viveu.
Por sugestão de seu amigo Giovani Gentile, passou a estudar a obra do filósofo idealista alemão Georg W. F. Hegel, escrevendo um livro sobre seu pensamento. Embora tenha ficado conhecido como um dos maiores filósofos marxistas, Croce rejeitou o marxismo.
Elaborou sua própria filosofia, chamada de filosofia do espírito. A exposição destas ideias foi feita de forma sistemática, em quatro volumes que tratam de estética, lógica, ética e filosofia da história. Estes livros foram publicados entre 1902 e 1917.
Em 1910, Benedetto Croce tornou-se membro do senado italiano. Em 1914, casou-se com Adela Rossi, com quem teve quatro filhas. Entre 1920 e 1921, foi ministro da Educação, cargo que abandonou sob o regime fascista de Mussolini, voltando a ocupá-lo depois da Segunda Guerra. Entre 1943 e 1947, foi presidente do Partido Liberal. Em 1947 abandonou a política e fundou o Instituto Italiano de Estudos Históricos.
O pensamento dialético de Croce exerceu profunda influência no panorama intelectual do século 20. Croce deixou várias obras de crítica literária, crítica de arte e teoria da história, entre as quais "Ariosto, Shakespeare e Corneille", "História da Europa no século 19", "Breviário de Estética" e "Croce, o Rei e os Aliados", extratos de seu diário de 1943-44.
Morreu em Nápoles, onde passou quase toda a sua vida, aos 86 anos.
Frases e Pensamentos em Destaque
Como filósofo e crítico, não receio nenhum pensamento, por radical e destrutivo que pareça; e, como homem, aceito as mais duras provas. E, no entanto, quando me surpreendo a sonhar, sabeis qual aspiração encontro no fundo de minha alma? Um convento setecentesco napolitano, com suas celas brancas e seu claustro, que tem no meio um pátio de laranjeiras e limoeiros, e, fora, o tumulto da vida faustosa e soberba que em vão vem bater nas suas muralhas.
A mais humilde canção popular, quando imbuída de humanidade, é poesia.
- /index.php/salas/filosofia/104-filosofos/520-descartes
- /index.php/salas/filosofia/104-filosofos/518-auguste-comte