Chopin

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Compositor polonês.
Filho de imigrante francês (que trabalhava como professor na Polônia) e de uma polonesa culta, cresceu em Varsóvia, tendo aulas de música na infância (sobre Bach e os clássicos vienenses) com Wojciech Zywny e Josef Elsner, antes de entrar para o Conservatório (1826-9). Nessa época, já havia tocado nos salões locais e composto vários rondós, polonaises e mazurcas. O reconhecimento do público e da crítica cresceu durante os anos 1829-30, quando deu consertos em Viena e Varsóvia, mas seu desespero com a repressão política na Polônia, associado com as suas ambições musicais, levou-o a mudar-se para Paris em 1831. Lá, com a ajuda de Kalkbrenner e Pleyel nas questões práticas, com o elogio de Liszt, Fétis e Schumann, e sendo apresentado a mais alta sociedade, estabeleceu-se rapidamente como professor particular e intérprete de salão; sua legendária imagem de artista era acentuada pela sua saúde frágil (tinha tuberculose), aspecto atraente, interpretação sensível, maneiras corteses e pela aura de fascínio que cerca o auto-exílio.De seus vários casos românticos, o mais comentado foi com a romancista George Sand (Aurore Dudevant) - ainda que não seja possível dar como certa sua atração por mulheres. Entre 1838 e 1847 o relacionamento dos dois, com o forte elemento maternal pelo lado dela, coincidiu com um dos seus períodos criativos mais produtivos. Chopin dava poucos concertos públicos, apesar de sua execução ser sempre muito louvada, e publicou grande parte de sua melhor música simultaneamente em Paris, Londres e Leipzig. O rompimento com Sand foi seguido por uma rápida deterioração de sua saúde e uma longa visita a Inglaterra (1848). Seus funerais, na Madeleine, foram assistidos por quase 3.000 pessoas.
 
Nenhum outro grande compositor devotou-se tão exclusivamente ao piano quanto Chopin. Sob todos os pontos de vista um inspirado improvisador, compunha enquanto tocava, tendo dificuldade em anotar suas idéias. Mas não era um mero sonhador: seu percurso pode ser visto como uma improvisação cada vez mais sofisticada sobre o princípio clássico de exposição e recapitulação. Em seus anos como concertista, em 1828-32, escreveu peças virtuosísticas brilhantes (p.ex., rondós) e música para piano e orquestra; o lado didático de sua carreira é representado pelos estudos, prelúdios, noturnos, valsas, impromptos e mazurcas, peças requintadas de dificuldade moderada. As obras em grande escala - as últimas polonaises, os scherzos, as ballades, sonatas, a Barcarolle e a dramática Polonaise - Fantaisie -, ele as escreveu para si próprio e um pequeno círculo de admiradores. Á parte um sentimento patriótico nas danças polonesas, e possivelmente algum fundo narrativo nas balladies, Chopin utilizou um número muito reduzido de referências a idéias literais, pictóricas ou autobiográficas.
 
É admirado acima de tudo por sua grande originalidade na exploração dos recursos do piano. Ao mesmo tempo em que seu estilo próprio de tocar ficou famoso pela sutileza e contenção (uma requintada delicadeza contrastando com os aspectos espetaculares do pianismo então reinante em Paris), a maior parte de suas obras tem uma textura simples de melodia com acompanhamento. Dessa base ele extraiu uma infinita variedade, utilizando arpejos de grande extensão, o pedal de sustentação e uma combinação de melodias altamente expressivas, algumas nas vozes interiores. Da mesma forma, apesar da maioria de suas obras ser basicamente em forma ternária, mostra grandes recursos no modo como a recapitulação e variada, retardada, antecipada ou distendida, freqüentemente com o acréscimo do uma coda brilhante.
 
A harmonia de Chopin, no entanto, foi nitidamente inovadora. Através de contrastes melódicos, acordes ambíguos, cadências retardadas ou surpreendentes, modulações remotas ou oscilantes (às vezes, muitas em rápida sucessão), 7ªs dominantes não resolvidas e, ocasionalmente, excursões no puro cromatismo ou na modalidade, ele levou os procedimentos consagrados de dissonância e tonalidade para territórios até então inexplorados. Essa profunda influência pode ser detectada na música de Liszt, Wagner, Fauré, Debussy, Grieg, Albéniz, Tchaikovsky, Rachmaninov e muitos outros.

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