Monografia

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O que é monografia?

Desde o ensino fundamental fazemos trabalhos individuais ou em grupo, sobre assuntos ministrados em aula. É uma das formas de fixarmos o conteúdo das matérias e demonstrarmos que o dominamos.

No início do ensino médio, começamos a ouvir falar num bicho-papão chamado vestibular. Podemos fingir que ele não existe, mas há um momento em que se torna inevitável estudar para enfrentá-lo.

Quem passa no vestibular realmente tem motivo para comemorações: além de livre da obrigação de se mostrar fera em todas as matérias, passa a dedicar-se ao curso de sua escolha.

Mas os trabalhos continuam: provas, seminários, fichamentos, textos individuais ou em grupo, estágios. Até que começamos a ouvir falar numa tal monografia...

Vemos colegas dos últimos períodos cheios de livros, comentando avanços, dificuldades, descobertas. Alguns parecem cansados, outros receosos, muitos dizem fazer o trabalho escolar mais difícil de suas vidas.

Toda essa agitação nos faz pensar no vestibular, com o qual a monografia realmente tem dois pontos: marcar a passagem de um estágio de formação para outro e requer muito empenho.

Mas, se no vestibular precisarmos saber bastante sobre todas as matérias, na monografia devemos demostrar conhecimento acerca de um só tema. Alem disso, em vez de fazer prova, escrevemos um texto com dados pesquisados.

Ora, não foi isso que fizemos cada vez que um professor nos pediu para elaborar um trabalho individual, em casa, sobre um determinado assunto? Sim, isto é monografia, palavra quem vem do grego mónos (um só) e gráphein (escrever).

Se é assim, por que não chamar de monografia todo o trabalho escolar individual que fazemos por escrito? Porque o termo monografia se reserva ao que o dicionário Aurélio define como "estudo minucioso que se propõe esgotar determinado tema relativamente restrito".

Talvez o Aurélio exagere ao falar em "esgotar". Mas, de fato, a monografia deve aprofundar o máximo possível a abordagem de um tema bem delimitado. Em lugar de falar superficialmente sobe muitas coisas, concentramo-nos num só assunto, sobre o qual demostramos bastante conhecimento.

Desafio estimulante

A monografia obedece a certas normas de redação e apresentação. Espera-se, por exemplo, que o texto se divida em introdução, desenvolvimento e conclusão; que as indicações dos livros consultados sejam feita de maneira padronizada; e assim por diante.

Nossa primeira reação a tais exigências é de repulsa. Temos a impressão de nos estarem impondo uma camisa-de-força. Todavia, se analisamos bem, cada uma desas regras tem razão de ser. E o que é mais importante: em conjunto, ajudam-nos a organizar nosso pensamento e facilitam a compreensão de quem nos lê.

Na verdade, a monografia nos possibilita ampliar a capacidade de pesquisar, analisar e expressar nosso pensamento. A importância desse esforço salta aos olhos quando pensamos que, em tods as esferas da vida, nosso sucesso depende de sabermos o que dizer e como dizer.

Em situações sociais, por exemplo, você consegue a atenção das pessoas com um papo agradável e inteligente. Numa entrevista para emprego, é fundamental falar de maneira articulada. Nos projetos para melhorar seu bairro ou sua faculdade, é preciso combinar consistência e clareza.

Ao escrever uma monografia, você exercita tudo isso. Portanto, em vez de vêla com obrigação penosa, encare-a como trabalho capaz de enriquecer sobremaneira sua formação.


Para ir aos jogos olímpicos,o atleta se prepara psicológica e fisicamente. Entrega-se a uma rotina séria e regular, acompanhada por um trinador. Estabelece metas de melhoria de desempenho e vibra com os pequenos progressos de cada dia.

Elaborar monografia é como participar de uma maratona, pois, além de um orientador escolhido entre os professores, requer certos cuidados essenciais. Entre eles, falaremos rapidamente de três especialmente importantes: concentração, espirito investigativo e organização.

Concentração

 Certa vez, um carro com som excessivamente alto estacionou em frente a um edifício onde se fazia vestibular. Pediu-se ao dono do automóvel que partisse, pois estava atrapalhando. Não adiantou, ele andava de mal com a vida e continuou atrapalhando, agora de propósito.

 Alguns candidatos pensaram em desistir da prova, muitos se irritaram, alguns chegaram a chorar, Ao final da prova, a multidão correu na direção do importunador e, por pouco não o agrediu.

 Em meio à confusão, uma vestibulanda não entendia o que acontecia e perguntava a causa do tumulto -  estivera tão concentrada na prova que sequer ouvira o som do automóvel.

 Pessoas como essa garota conseguem se concentrar com tal facilidade e intensidade que nada as perturbar. Como esse não é o caso da maioria de nós, temos de nos preparar para nos mantermos isolados durante algum tempo diário ou semanal, dedicados à monografia.

 Isso não quer dizer que nossa vida deva parar. Podemos continuar tendo lazer, namorando, tudo. Mas não convém, por exemplo, dividir o tempo reservado à monografia com televisão. Tampouco interromper a todo momento nossa reflexão para sair com a galera.

Espírito Investigativo

 Nos filmes policias, o detetive costuma ser um xereta, mete o nariz em tudo e acaba sabendo mais que todo mundo. Postura semelhante devemos assumir em relação à nossa monografia.

 Na conversa com os amigos, fale de seu tema e ouça o que eles sabem ou pensam a respeito. Ao ler os jornais, verifique se há dados de seu interesse. Sempre que a televisão tocar no assunto, abra bem os olhos e ouvidos. Vasculhe a internet. Vá mais vezes às bibliotecas de sua faculdade ou cidade, pois os livros costumam ser fontes privilegiadas.

 Aproveite todas as oportunidades de se informar. Somente assim conseguira conhecer a fundo seu tema.

Organização

 Para elaborar sua monografia, você escolhe um tema e se lança na pesquisa. Vai coletando dados e, em determinado momento, começa a ordená-los. Aos poucos, consegue diferenciar as informações que convêm á apresentação daquelas que pertencem ao desenvolvimento a à conclusão.

 Inicia a escrita propriamente dita, durante a qual explora ao máximo a própria criatividade. As idéias brotam, a melhor maneira de expressá-las é encontrada. A cada nova versão, sua monografia se mostra mais agradável de ser lida. Você arruma as referências bibliográficas, dá os últimos retoques e chega ao final do trabalho.

 O roteiro de elaboração de monografia costuma ser este, mesmo que varie um pouco de pessoa para pessoa. Pois bem: para empreendê-lo de maneira realmente produtiva, você precisa de organização, esta grande aliada da produção.

 Seguem algumas dicas para você se organizar:

  • Reserve um horário diário para se dedicar à monografia.
  • Liste as tarefas necessárias à sua feitura.
  • Hierarquize as atividades, elegendo prioridades.
  • Prepare um cronograma com o prazo de realização de cada atividade.
  • Mantenha seu ambiente de trabalho sempre arrumado.

Último conselho: prepare-se para combinar organização e maleabilidade. Digamos, por exemplo, que, conforme planejado, você vá à biblioteca, mas, ao chegar lá, encontre-a fechada. Ora, a impossibilidade de pesquisar não precisa significar a interrupção de seu trabalho. Adiante alguma outra atividade planejada para a fase seguinte. Dessa forma, você mantem em dia o cronograma.


 Na faculdade, escolhemos o tema de nossa monografia nos últimos períodos, com a ajuda de nosso orientador.

 É possível que o orientador nos peça para fazer uma retrospectiva dos assuntos que mais nos atraíram ao longo do curso e, em seguida, listá-los por ordem de interesse.

 A respeito de cada assunto anotado, fazemos, sempre com a ajuda de um orientador, algumas perguntas básicas, como:

1. Rende uma monografia?

 A reposta a esta pergunta tem de ser positiva, pois há temas que parecem excelentes quando nos vêm ao espírito, mas, analisados com calma, não justificam uma análise de páginas e páginas.

2. Em que medida já foi estudado?

 Certos temas foram localizados tantas vezes que praticamente não há mais nada de novo a se descobrir a respeito. Se, apesar de exaurido, ele continua nos mobilizando a ponto de decidirmos dedicar-lhe nossa monografia, então devemos nos preparar para uma pesquisa suficientemente vasta para que, na pior das hipóteses, possamos sintetizar tudo o que se produziu sobre ele.

 Em contrapartida, há temas que receberam pouquíssimas abordagens, portanto possibilitam que fiquemos à vontade para começar a pesquisar a respeito. Só não podemos esquecer que, nesses casos, há poucos textos aos quais podemos recorrer para fecundar nossa análise.

3. A pesquisa poderá ser feita na biblioteca de minha faculdade, na internet e demais fontes ao meu alcance?

 É fundamental que você tenha acesso fácil ao material necessário à elaboração de sua monografia. Por isso, durante a escolha do tema, pense nas fontes de pesquisa que usará e se tem como chegar até elas.

 A internet é ampla e rica, portanto não pode ser negligenciada. Mas seus dados não bastam à elaboração de uma monografia. Em busca do aprofundamento e da consistência, precisamos recorrer a livros, periódicos e, eventualmente, arquivos e depoimentos.

 Além dos fatores acima, vários outros são levados em consideração quando da escolha do tema. Se você já tem em vista uma pós-graduação, por exemplo, talvez seja possível ajustar seu interesse às linhas de pesquisa desenvolvidas no mestrado que pretende fazer.

 Tudo isso é conversado com o orientador, que, experiente, pode vislumbrar com mais facilidade o resultado final de seu esforço, portanto tem condições de indicar caminhos a serem percorridos até lá.

 No sentido do aprofundamento, por exemplo, é possível que ele lhe sugira demarcar um pouco mais o tema; ou isolar um ponto específico, sobre o qual você tenha acesso a material suficiente para empreender uma abordagem consistente e original.


 Quando você conhece alguém que lhe interessa, possivelmente tenta descobrir se a pessoa é legal, quantos anos tem, onde mora etc. Ou seja, pesquisa.

 Se seu família mora no interior e você precisa limitar suas despesas na cidade a uma modesta mesada, atenta para os anúncios de aluguel, pergunta aos colegas se sabem de algum lugar barato... Isto é, pesquisa.

 Esses dois exemplos já nos permitem definir pesquisa como coleta de dados.

 Logicamente há uma diferença entre as pesquisas que fazemos em nosso cotidiano e aquelas que realizamos profissionalmente.

 Para informar o público sobre uma falcatrua escondida sob sete capas, por exemplo, o jornalista contata possíveis informantes, procura a polícia, faz plantão diante da porta dos suspeitos e chega a se disfarçar, para descobrir o ocorrido.

 A escrita da monografia requer disposição semelhante. Talvez não necessitemos correr perigo, mas devemos recolher o maior número possível de dados sobre nosso tema.

 Acontece que a universidade é o local por excelência da transmissão e ampliação do conhecimento: sempre teve muita gente pesquisando.

 Os acertos e erros, as grandes descobertas e os fiascos retumbantes, tudo isso foi mostrado a maneira mais racional, econômica e eficaz de pesquisar. Assim surgiu a chamada pesquisa acadêmica ou científica.

 Os adjetivos "acadêmica" e "científica" dão a entender uma atividade complicada. Mas querem dizer apenas que a pesquisa é feira de maneira organizada, controlada e rigorosa. Na verdade, é a forma mais simples de recolher informações para trabalhar universitários.

 É o que demonstramos a seguir, ao percorremos suas diferentes fases.

Formulação de hipóteses

 Digamos que você tenha resolvido dedicar sua monografia ao seguinte tema: "Emprego e economia no século XXI". Ora, recentemente os meios de comunicação veicularam que, na grande São Paulo, o nível de desemprego ultrapassou 20% e atingiu o índice mais alto desde 1985.

 Em conversas com seu tio, que vivia na capital paulista nos anos oitenta, você fica sabendo que, naquela época, a maioria das casas comerciais da cidade tinha placas anunciando vagas - algo que não acontece mais.

 Com esses dois dados, talvez você conclua que, neste século, haverá cada vez menos postos de trabalho. Mas isto é apenas uma hipótese, a ser comprovada ou refutada em função do que você descobrir.

 De toda forma, sua formulação ajuda você a dirigir sua pesquisa, isto é, a privilegiar, no verdadeiro oceano de informações relativas ao tema, aquelas vinculadas à hipótese.

 Mesmo que você descubra que o aumento do índice de desemprego é um fenômeno passageiro - a ser resolvido com a melhoria das condições de vida no campo, a hipótese inicial terá sido importante.

 Podemos dizer, portanto, que formular hipóteses é um exercício recomendável, pois, independentemente de se comprovarem ou não, elas estimulam à pesquisa, ao mesmo tempo que ajudam a demarcar o material a ser consultado.

Levantamento das fontes

 Se, dentro do tema "As mulheres no Brasil do terceiro milênio", você decide focalizar as mudanças ocorridas no vestuário feminino desde o surgimento feminista até hoje, talvez precise recorrer a fontes iconográficas, ou seja, a fotografias e outros documentos visuais.

 Ainda no mesmo tema e cobrindo o mesmo período, imaginemos que você resolva assinalar a mudanças da mulher aos olhos dos compositores populares; necessariamente consultará fontes fonográficas: LPs, CDs e assim por diante.

Em ambos os casos, você precisará também de fontes bibliográficas, ou seja, textos. A biblioteca é essencial ao sucesso da pesquisa, pois as abordagens em livros costumam ser mais profunda.

 Evidentemente, devemos navegar também na Internet, em busca de ensaios, entrevistas e outros materiais. É possível encontrarmos dados tão recentes que ainda nem constem de livros. Isto é importante sobre tudo nas abordagens de assuntos de nosso tempo.

 Um cuidado relativo às fontes em geral diz respeito à sua qualidade. Pode acontecer de um livro recém-lançado ser menos consistente do que uma obra publicada há um século. Ou de o ensaio mais conhecido sobre um determinado tema, escrito por um cientista de renome, já estar ultrapassado.

 Para utilizar fontes realmente fidedignas, densas e atualizadas, escolha-as com critério, preferencialmente com a ajuda de seu orientador. Leve em conta também a necessidade de elas realmente terem a ver com seu objetivo de estudo.

 Sobre as diferentes fontes escolhidas, anote título, nome do autor, cidade onde foi publicada, editora e ano. Esses dados lhe possibilitam localizá-las e, futuramente, serão “Referencias bibliográficas”.

 O ideal é partir para a pesquisa com uma lista de fontes que contenham todo o conteúdo necessário à monografia. Mas, se isso não for possível, comece a pesquisa com os títulos de que dispõe, pois, durante as leituras, descobrirá outras fontes igualmente válidas.

 Mesmo que o livro seja essencial, abra-se às outras fontes impressas, como jornais e revistas. Preste atenção também ao que aprece sobre seu tema na televisão e, se possível, no rádio.
Até mesmo na conversa com amigos, tente obter dados. Puxe o assunto e veja o que eles sabem ou ouviram a respeito. Não despreze fonte alguma. Apenas tenha o cuidado de submetê-las a uma triagem e entre as válidas, estabelecer uma hierarquia.

Leitura

 A leitura começa ainda durante o levantamento das fontes. Você pega o livro e o aborda pelas beiras: lê quarta capa, orelha, sumário, prefácio, introdução. Isso lhe permite descobrir se a obra é importante ou não para o seu trabalho. Na Internet, você dá uma passada de olhos nos textos, antes de copiá-los.

 Tendo escolhido o material necessário à sua monografia, você organiza um programa de leitura. Uma dica: leia primeiramente obras mais gerais, como enciclopédias, dicionários e manuais. Então parta para os textos mais específicos.

 Para freqüentar bibliotecas, precisamos vestir roupas nem sempre confortáveis e passar grande parte do tempo sentados, às vezes em cadeiras duras. A vantagem é termos todos ou quase todos os textos ao alcance da mão.

 Em casa, a contrapartida do aconchego é a agitação. Você terá certa dificuldade de se concentrar com seus irmãos menores brincando de pique à sua frente. Ou ao som do potente aspirador de pó recém-adquirido pela família. Latidos, então...

 Ler sobre determinado tema é uma atividade que se torna prazerosa na medida em que ampliamos nosso conhecimento a respeito; mais inicialmente pode se apresentar como tarefa penosa, cujo progresso requer boas condições, a serem criadas em qualquer lugar.

 Na biblioteca, podemos levantar periodicamente da cadeira, passear um pouco e, eventualmente, até fazer exercícios de alongamento. Em casa, o isolamento necessário à concentração pode ser conseguido com simples fechamento da porta do quarto.

 Em prol da própria produção, convém que você saiba exatamente o que ler em cada livro. Às vezes um volume de quinhentas páginas tem apenas dez que interessam a seu estudo. É tão-somente a elas que você deve ater-se.

 Finalmente, estabeleça um horário mínimo de leitura diária. Não encontramos sempre tempo para nos banhar, Escobar os dentes e tomar outras medidas antes de sair de casa? Parece risível, mas convém tratarmos a pesquisa com a mesma seriedade.

 Isso não quer dizer que precisamos deixar de viver; apenas temos de acrescentar o item pesquisa de nossa agenda.

Apontamentos, fichas e síntese

 À medida que vai lendo, você identifica os dados que podem servir à sua monografia. Então os anota em ficha, podendo optar entre:

a) Transcrever ao pé-da-letra a passagem, colocando-a entre aspas e citando a obra e a página onde foi encontrada;

b) Escrever com suas palavras o que entendeu do trecho, também anotando a referência bibliográfica.

 É conveniente colocar título e subtítulos em cada ficha, a fim de poder identificá-las com facilidade.

 Durante a confecção das fichas, sempre surgem idéias: anote-as! Em vez de confiar na memória, pense que certos lampejos podem não voltar...

No que concerne às anotações, é importante tomar os seguintes cuidados:

a) No resumo, mantenha-se fiel às idéias do autor.

b) Estabeleça uma estrutura capaz de mostrar a lógica do texto – sua introdução, desenvolvimento e conclusão.

c) Na síntese, preserve os conceitos fundamentais.

d) Ao final, teça comentários pessoas, anote críticas, formule dúvidas e desenvolva as idéias.

 Tendo em vista que as anotações são feitas conforme você as lê, é interessante que, finalizada a confecção das fichas, você as organize segundo a ordem que quer imprimir à sua monografia.

Arquivos

 Nos países ricos, é comum os pesquisadores chegarem às bibliotecas com computadores portáteis, nos quais registram diretamente as informações coletadas.

 Ainda que isto esteja longe de nossa realidade, é impossível imaginar que nosso futuro será semelhante.

 Mesmo que você só tenha acesso a computador de mesa, transfira para ele os dados anotados na biblioteca. Assim, você os organiza e manuseia com muito mais facilidade.


Iniciemos este capítulo dizendo que você:


a) Chegou àquele momento em que precisa elaborar sua monografia de final de curso.

b) Criou as condições necessárias à realização do trabalho.

c) Escolheu e delimitou seu tema.

d) Fez o levantamento das fontes a serem consultas e iniciou sua pesquisa, tendo o cuidado de anotar as passagens ou pensamentos mais importantes dos textos lidos.

 Se você percorreu todas essas etapas, já tem uma idéia geral sobre ele, pois isso é impossível; mais conhece a visão de alguns especialistas. Isso lhe basta para planejar sua monografia no tocante ao conteúdo e à forma.

Conteúdo

 O conteúdo de uma monografia é constituído dos dados que recolhemos durante a pesquisa, associados às nossas próprias idéias e conclusões.

 O ideal conciliarmos consistência com originalidade. Ou seja, apresentarmos o máximo possível de informações e fazermos o máximo possível de informações e fazermos avançar a reflexão sobre o tema.

 Digamos que você opte por “Meio ambiente, ação social e erradicação da pobreza” e resolva dedicar sua monografia a uma experiência de horta comunitária bem-sucedida, ocorrida num bairro carente de sua cidade.

 Sua pesquisa certamente englobará leituras, assim como visitas à comunidade onde o projeto se desenvolve, para observação das atividades, análise dos resultados, entrevista com os participantes e assim por diante.

 Dessa forma, você concilia reflexões gerais com experiência localizada. Combina dados teóricos com empíricos. Aplica conceitos desenvolvidos por especialistas a uma situação concreta, como a qual você trava contrato direto.

 Isto pode fazer de sua monografia um texto passível de interessar amplamente.Mesmo quem conhece bastante o tema vai querer saber o que se passa especificadamente nessa comunidade.

 Se, além disso, você desenvolve pensamentos inéditos sobre o tema, amplia as chances de sucesso. Caso a articulação entre leitura e observação de campo lhe possibilite chegar a conclusões  novas, sua monografia pode se tornar até mesmo referencia obrigatória.

 Evidentemente a busca de originalidade não pode levar a ações precipitadas ou levianas. A novidade – caso apareça -  deve resultar de uma pesquisa séria e profunda, realizada com base num planejamento cuidadoso.

 Para tanto, comece com leituras somente quando sentir que domina o tema, passe à  pesquisa de campo.

 Para fazer a pesquisa de campo, observe as seguintes dicas:

  • Visite o local tão logo perceba a importância de incluí-lo em suas monografia, para verificar a viabilidade de pesquisá-lo e estabelecer os primeiros contatos.
  • Volte ao local depois das leituras, pois assim você saberá exatamente que dados empíricos recolher.
  • Use os instrumentos de registro aplicáveis ao caso: caderno, gravador, máquina fotográfica e outros.
  •  Após cada sessão de pesquisa, analise os dados coletados, de modo a preparar a visita seguinte.
  • Ao final, faça uma avaliação da totalidade das informações recolhidas, conectando-as aos dados anotados durante as leituras.

 Logicamente, o roteiro acima pode sofrer modificações e reviravoltas. Se, por exemplo, a pesquisa de campo leva você a descobrir algo que requeira novas leituras, só lhe resta voltar à biblioteca.

 O importante é que, ao final a pesquisa tenha quantidade. Isso é, que você reúna o maior número possível  de dados  atualizados  e consistentes sobre o tema.

 Tendo conseguido isso, você pode dar o passo seguinte, que consiste em planejar a distribuição desse conteúdo em seu texto.

Forma

 Depois de muitos ensaios e tentativas, ficou comprovado que a maneira  mais lógica de se fazer monografia é dividi-la em introdução, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas – nesta ordem.

 Dentro do que parece uma verdadeira fôrma, você tem muito a criar. Não no sentido de fantasiar situações, como fazem os romancistas; e assim concebendo uma linha para expor os dados de sua pesquisa e as conclusões a que chegou sobre o tema.

 De volta ao exemplo na horta comunitária, você pode iniciar oferecendo uma visão panorâmica do tema “Meio ambiente ação social e erradicação da pobreza” ou entrando diretamente na experiência registrada em sua cidade. Tudo é possível, contanto que seu roteiro tenha, inicio meio e fim.

Esta flexibilidade decorre da riqueza do pensamento humano, que possibilita infinitas maneiras de ordenação dos dados. A contrapartida da maleabilidade é o risco  de você especular tanto sobre os caminhos franqueados à sua exposição que acabe sem escrever uma linha.

 Para evitar isto, sugerimos que:

  • Divida o conteúdo pesquisado.
  • Rascunhe uma seqüência, refazendo-a sempre que convier.
  • Anote novas questões que surgiram durante esse processo e pesquise o que se produziu a respeito das mesmas.

 Para ilustrar as sugestões acima, retomemos o exemplo da horta e imaginemos que, inicialmente, você divida os dados coletados entre teóricos e práticos. No tocante às informações teóricas, você separa as reflexões de autores brasileiros e estrangeiros. No que concerne ao conteúdo de sua investigação de campo, você segmenta o  processo que começa no plantio e vai até a distribuição das hortaliças. E assim sucessivamente.

 Em seguida, você esboça um sumário, cuja importância impõe que o tratemos a parte.

Sumário

 Nas primeiras páginas dos livros teóricos, costumamos encontrar a lista dos tópicos que o constituem. Antigamente esse rol era indicado pela palavra índice, mais no presente generalizou-se o emprego do termo sumário.

 O sumário oferece uma visão de conjunto da obra. Por isso, esboce-o assim que tiver uma idéia global de sua monografia. Dessa maneira, você passa a dispor de uma espinha dorsal do seu trabalho – o que ajuda bastante a vislumbrá-lo, organizá-lo e redigi-lo.

 O primeiro item do sumário evidentemente é a introdução, da mesma forma que a conclusão e as referências bibliográficas vêm por último. Entre esses dois extremos, encontra-se o desenvolvimento, que precisa ser esmiuçado.

 Ensaie títulos para os diferentes capítulos de seu desenvolvimento, que  lhe parece lógica. Arrisque subtítulos para as divisões dos capítulos.

 Sinta-se totalmente livre ao fazer esse exercício, pois a modificação e a reordenação são fundamentais para que você conceba uma estrutura realmente segura para sua monografia.

 Mais vai além da mera enumeração de itens. Os títulos e subtítulos não podem ser ambíguos ou bruscos. Precisam fazer sentido e oferecer a idéia exata do que anunciam. Pense que eles são espelhos: enquanto mais cristalinos melhor.

Titulo da monografia

 O Título da monografia funciona como a sumário: indica o conteúdo. Por isso, quanto mais é concebido, mais produtivamente pode ser utilizado.
Evidentemente, o titulo pode mudar; mais isso acontece com as primeiras idéias de título, anote aquela que lhe parece menos espera, a versão definitiva se impõe.


 

 Nas primeiras décadas do século passado, Monteiro Lobato e Mário de Andrade oferecem uma visão desanimadora do brasileiro, encarnado respectivamente por Jeca Tatu e Macunaíma. Ambos as personagens são adoráveis, mais pereciam atesanar uma inclinação crônica para o ócio.

 Felizmente desmentimos o prognóstico: a despeito de todas as mazelas, progredimos bastante em vários campos. Mantivemos o despeito de todas as mazelas, progredimos bastante em vários campos. Mantivemos o pendor para o divertimento, mais o combinamos a vontade de produzir.

 Na escola, em especial, crescemos continuamente em número e buscamos uma formação cada vez mais completa de que precisamos estudar bastante. Quanto mais nos dedicamos a aprender, mais essa atividade se tornar agradável e satisfatória.

 Durante o ensino superior, a reflexão se intensifica de tal maneira que damos verdadeiros saltos no entendimento da realidade. A informação que nos é oferecida certamente teria feito muito bem a Jeca Tatu e Macunaíma.

 A atividade complementar à reflexão é a escrita. Da mesma maneira que exercitamos a capacidade de pensar precisamos cultivar o hábito de redigir.

 texto arruma nossas descobertas e idéias e, amplia nossos horizontes, leva nosso pensamento a outras pessoas.

Com o advento da informática, a escrita cresceu bastante em importância. Aos poucos, enviamos mais e-mails do que telefonamos. Nossa vida escolar e profissional depende fundamentalmente de nossa capacidade de nos expressarmos com letras.

Só que escrever é uma atividade complicada para muitos de nós. Mas não tenhamos dúvida: se vencermos a preguiça de raciocinar, atualmente temos todas as condições de superar a dificuldade de redigir.

É o que demonstramos a seguir, por meio de três sugestões: escrever sem censura, reescrever como se brincasse e transformar a redação em hábito.

Exponha o que der na telha

Todos nós conhecemos excelentes professores que raramente publicam. Dão aulas densas e bem articuladas, mais não ousam sistematizar em texto a matéria que lecionam.

As explicações para esse tipo de bloqueio variam. Fala-se, por exemplo, que a escola nos traumatiza ainda na infância, ao nos constranger a encarar a famosa folha em branco.

Mesmo que isso seja verdade, lembremos que traumas podem ser superados.

No caso, facilita bastante pôr para fora tudo o que vier à mente, sem qualquer preocupação com resultado ou forma,
É assim que procedem os chamados gênios da literatura e da ciência. Nenhum deles produz obra prima na primeira tacada. Colocam no papel ou na tela do computador o que lês ocorre e, somente depois, investem em clareza, graça e elegância.

Reescreva á vontade

Na história da humanidade, só se destacaram os escritos que se preocupam em lapidar seus textos.

Acontece que a reescrita já foi um esforço titânico. Imagine o que era recopiar um texto em papiro.

Muito posteriormente, inventou-se a máquina de escrever, que facilitou bastante esse trabalho. Ainda assim, datilografia era uma tarefa tensa, pois os dedos precisavam acertar sempre as letras.

Com o surgimento da máquina elétrica, tornou-se possível corrigir-se letra datilografada erroneamente. Mas certos problemas – como inserção de novos capítulos – impunham que se redatilografasse inteiramente o livro. Já pensou que maçada?

Este breve histórico dos meios utilizados para registrar texto nos permite afirmar que atualmente dispomos de condições idéias de reescrita.

Com os recursos da informática, a arrumação do texto se tornou uma verdadeira moleza. Com simples cliques, refazermos frases, deslocamos blocos, mudamos capítulos de lugar.

Isto significa que, se a reescrita faz a diferença do texto, temos tudo para chegar longe no tocante à qualidade.


 

Ao conversar com uma pessoa que não sabe ler nem escrever, você emprega palavras simples e evita raciocínios mirabolantes. Com os amigos, seu verbo se solta. Numa entrevista para estágio ou emprego, você concilia polidez, influencia e serenidade.

 Ao buscar a expressão adequada a cada situação, você não demonstra falta de personalidade, e sim bom senso. Afinal, você quer se comunicar.

 A monografia também requer uma linguagem própria. Mais não pense que se trata de vocabulário rebuscado, frases pomposas e cliques acadêmicos. Decididamente isso pertence ao passado.

 Hoje, mais que nunca, procura-se clareza, objetividade e coesão.

Clareza

 Você escolhe um tema, levanta hipóteses, faz um plano de pesquisa e mergulha na coleta de dados. As descobertas ampliam sua visão e estimulam o seu cérebro.

 Você acumula anotações, começa a prever o que será a monografia. Continua pesquisando até ter certeza de que, com as informações de que dispõe, pode escrever um texto denso.

 Nesse momento, você sabe mais sobre seu tema do que a maioria das pessoas. É chegada a hora de democratizar esse conhecimento. Portanto, para se fazer compreender, use palavras precisas e frases simples.

 Ao final do dia do trabalho, reveja o que escreveu, clareando as passagens que lhe parecem vagas ou obscuras. Faça isto novamente quando terminar a primeira versão completa da monografia, eventualmente lendo em voz alta.

 Submeta seu texto a outras pessoas, a começar pelo orientador. Peça que marquem todos o que estiver confuso ou mal explicado. Ao final, faça perguntas sobre o conteúdo, para ver se entenderam tudo.

 Claro, você não pode querer que todo mundo compreenda a sua monografia. Mais o público a quem ela se destina ou pode interessar, sim. 

Objetividade

 Durante a pesquisa, você se familiariza com o tema. Desenvolve idéias acerca de seus diferentes aspectos. Testa hipóteses.

 No momento de escrever, distribui os dados pelas três partes que constituem a monografia: introdução, desenvolvimento e conclusão.

 Para ordenar tudo isso numa exposição cada vez mais profunda, você desenvolve uma linha de raciocínio.

 Linha de raciocínio é como linha férrea: não permite bifurcações. Com metáforas e outros recursos literários, você corre o risco de descarrilar o pensamento.

 Em poema, por exemplo, uma rosa pode significar muitas coisas; em monografia, é apenas uma flor.

 Isto não quer dizer que a linguagem da monografia seja mais pobre. Apenas é utilizada sem ambigüidade.

 Ao empregar as palavras no sentido que elas têm no dicionário, você pode transmitir dado e, grande quantidade, de maneira organizada, sem deixar dúvidas. Assim, conduz o leitor do início ao fim.

 Coesão

 Imagine se você está contando uma piada e, ao se aproximar do clímax, esquece um elemento fundamental à compreensão! Ninguém ri.

 Efeito semelhante é provocado por parágrafo que não traz todos os dados que deveria conter: você frustra o eleitor, que não entende.

 Agora digamos que, numa monografia sobre “Internet e educação:

 integração para o futuro”, você dedique um parágrafo aos manuscritos antigos e, no parágrafo seguinte, pule diretamente para o computador. Seu leitor se perderá.

 Além de fazerem sentido em si mesmo, os parágrafos precisam estar concatenados uns aos outros. Para tanto, devem se posicionar de maneira lógica e formar um todo coerente.

 Inimigos do Bom texto

 Muitos escritores só param de lapidar seus originais quando o editor o manda imprimir. Isto significa que as primeiras vezes e que aparece no papel, o texto não satisfaz nem mesmo os grandes nomes da literatura.

 Freqüentemente, o que diferencia bons e maus textos é o número de vezes em que os números são retrabalhados.

 Retrabalhar não significa reescrever tudo. Na verdade, consiste sobretudo numa leitura atenta, durante a qual sanamos problemas, eliminamos vícios de linguagem e enxugamos o texto.

Neste sentido, evite:

• Lugares-comuns,, frases reprisadas;

• Redundâncias;

• Gírias e grifos excessivos, como sentenças em itálico e palavras com letras minúsculas;

• A primeira pessoa do singular. Por exemplo: em vez de “eu fiz a pesquisa com base em...”;

• Adjetivos e advérbios em excesso;

• Artigos que podem ser dispensados.

Entre os inimigos do texto fluido e agradável, destacaremos quatro especialmente perniciosos: períodos longos, repetição de palavras, hermetismo e verbalismo.

"Períodos longos"

 Períodos longos, com várias orações, só atrapalham: você se arrisca a perder o fio da meada e, mesmo que isso não aconteça da um trabalho desnecessário ao leitor.

 Sem falar que amplia o risco de cometer erros de concordância, regência, pontuação etc.


 Por fim, tende a empregar excessivamente a palavra “que”. Note a diferença.

 1º) “É necessário que se entenda a pesquisa científica que foi realizada, de modo que se possa entender que objetivo estamos querendo que sejam alcançadas”.

 2º) “É necessário que se entenda a pesquisa científica que foi realizada. Desse modo poderão ser entendidos os objetivos que queremos alcançar”.

 As duas construções dizem a mesma coisa. Porém, a segunda foi dividida em dois períodos, o que evitou a repetição excessividade de “que”.

 "Repetição de palavras"

 Repetição desnecessária de vocábulos empobrece o texto e cansa o leitor.

 Para evitar isso, utilize os seguintes recursos:

 a) Sinônimo. Ao perceber que uma palavra esta se repetindo em seu texto, recorra ao dicionário e encontre um equivalente. Se um dia foi chamado de “pai dos burros”, o dicionário é visto atualmente como o melhor amigo de quem quer escrever bem.

 b) Zeugma. Algumas palavras podem ser omitidas da frase, de modo a não se repetirem. A este recurso chamamos de zeugma. Poe exemplo: “Ele prefere sair; eu ficar em casa” ? omissão de “prefiro”, que fica subentendido.

 c) Pronome: “Esta é minha idéia; aquela, a sua”, evitando-se a repetição da palavra “idéia”

 d) Perífrase: “Castro Alves tinha poemas abolicionistas. O poeta dos escravos representou a fase do Romantismo que…” ? para que “Castro Alves” não fosse repetido, utilizou-se a expressão pela qual ele é conhecido.

Hermetismo

 Quanto mais estuda, mais você se especializa. Habitua-se a usar um número crescente de termos técnicos e conceitos específicos de sua área de estudos. Mais não pode levar a se expressar de maneira obscura, incomparável, hermética.

 Na verdade, o ideal é conciliar profundidade de pesquisa com clareza de expressão. Assim transmite suas descobertas ao maior número possível de leitores.

 E, cá entre nós, o hermetismo já passou por traço fino, mas atualmente é visto como disfarce para quem não tem muito o que dizer.

 Verbalismo

 Durante a pesquisa, lemos muitos autores diferentes. Se fizermos uma triagem cuidadosa, certamente nos debruçamos sobre textos densos e pertinentes. Mais isto não quer dizer que todos sejam bem escritos.

 Nesse sentido, há casos até mesmo dramáticos, como o de Kant, um gênio da filosofia que, entretanto, chegava a assumir publicamente a sua dificuldade de escrever.

 Histórias assim nos dão um certo alívio. Não precisamos ser exímios escritores para elaborar monografia ou fazer ou fazer carreira acadêmica. Mais devemos fazer o possível para tornar legível nosso texto.


 Para tanto, precisamos evitar o pernicioso verbalismo, ou seja, o uso de palavras excessivamente livresca, vazias e pretensiosas.

 Em monografia, a elegância da escrita costuma resultar da simplicidade – evidentemente combinada a consistência.


 A monógrafa possibilita que você transmita a outra pessoa de maneira metódica, o que descobriu e concluiu sobre um tema especifico. Para atingir tal objetivo, você disserta e argumenta.

 Expliquemos, com o máximo de clareza possível, o que significam essas duas atividades complementares.


Dissertar


 Digamos que você escolha o tema “cultural e globalização” e resolva dedicar sua monografia ao relato da seguinte experiência: em grupo de professores vem desenvolvendo um esforço de familiarização das crianças de sua cidade com as tradições locais.

 Para tanto promove visitas a grupos folclóricos e organizam pesquisas junto aos habitantes temas mais antigos sobre lendas, crenças, cantos, e costumes. Também estimula a leitura de textos sobre o assunto e realiza debates nas escolas. Assim, tem conseguido despertar os estudantes para a importância de se valorizar o patrimônio cultural do município.

 Ao descrever essa experiência, você possibilita que outras pessoas a conheçam e, eventualmente, desenvolvam projetos semelhantes. Ao descrever essa experiência, você possibilita que outras pessoas a conheçam e, eventualmente, desenvolvam projetos semelhantes. Ao inseri-la nas tradições cultivadas no restante do estado, no Brasil e no mundo, você chama a atenção para a riqueza do folclore e para a importância da variedade cultural no fortalecimento das comunidades humanas.

 Mas atenção: seu trabalho não se confunde com reportagem. Um jornalista pode fazer uma matéria usando o mesmo enfoque, porem pelas próprias características dos meios de comunicação, não tem condições, não tem condições de aprofundar abordagem. Quanto a você, deve empreender um exame minucioso e bem fundamentado.

 O público da mídia e da monografia são diferentes. Espectadores de tevê, leitores são diferentes. Espectadores de tevê, leitores de jornal e ouvintes de rádio absorvem notícias na correria cotidiana, portanto querem ser informados da maneira mais simples e rápida possível. Enquanto isso quem se debruça sobre uma monografia busca profundidade.

 Ciente disso, você narra a experiência em toda a sua riqueza, enfocando implicações, causas e conseqüências. Desenvolve raciocínios a partir de um número razoável de depoimentos e de uma bibliografia consiste. Atinge um nível requerido em trabalhos científicos.

 Você não tenta convencer o leitor de nada. È como se o relato da experiência bastasse. Para   atestara importância das manifestações culturais, você simplesmente narra o maravilhamento das crianças, a alegria das participantes dos folguedos, as oportunidades de congraçamento criadas pelas danças e eventos semelhantes.

 Então dizemos que sua monografia é basicamente dissertativa.Expõe, explica e interpreta, mas sem intenção de persuadir.

 Mesmo assim, você acaba argumentando. Na introdução ao longo do desenvolvimento ou na conclusão, inevitavelmente você defende certos pontos de vista e assume determinados posicionamentos.

 Por isso, ao nos referimos a qualquer monografia, podemos falar em predomínio do discurso dissertativo ou do discurso argumentativo, mais jamais em exclusividade de um dos.

Argumentar

 Digamos que você resolva dedicar sua monografia a “cultura e globalização”, mais não para narrar uma experiência, e sim com o objetivo de discutir os efeitos da onda de globalização sobre a formação os jovens dos jovens que recebem continuamente uma grande quantidade de dados da cultura estrangeira, por meio de Internet, música, cinema e outros mecanismos.

 Percebe como o mesmo tema comporta abordagens distintas? Neste último caso você parte de um fato, levanta hipóteses e chega a conclusões. Para obter êxito, prioriza o discurso argumentativo.

 Argumentar é uma atividade bem mais complexa que dissertar. Notamos a diferença em nosso próprio cotidiano: temos muito menos trabalho para relatar um acontecimento do que para convencer alguém de alguma coisa.

 Façamos de conta que você comece sua monografia apresentando estatísticas e reflexões comprobatórias de que, nos últimos anos, aumentou significativamente  a chegada de dados de culturas estrangeiras.

 Você reproduz diferentes opiniões dos especialistas acerca dos possíveis efeitos do fenômeno. Para não nos estendermos demais na discussão, digamos que todos esses pareceres possibilitem a elaboração esquemática de duas hipóteses:

1 – Nossa cultura definhará;
2 – O contato com a cultura alheia ampliara a compreensão de nossa própria cultura, que sairá valorizada do processo.

 Hipóteses são respostas provisórias, portanto têm de ser testadas. Para tanto, você focaliza os argumentos que sustentam as duas acima, n o que eles têm de coerente ao de falho.

 Aos poucos, você expõe seu próprio pensamento, levanta sua hipótese – que não precisa necessariamente ser uma das duas já aventadas.

 Sua hipótese precisa ser definida.
 Para tanto, em vez de se limitar a indícios e suposições, você recorre a fatos, exemplos, comparações, estatísticas, testemunhos e o que mais possa justificar o seu ponto de vista. Organiza essas informações em ordem crescente de importância. Alinha seus argumentos dos mais frágeis aos mais consistentes.

 Percebe como, numa monografia com essas características, você usa argumentos do inicio ao fim? Inicialmente, para apoiar ou refutar hipóteses dos autores consultados. Em seguida, para demonstrar a pertinência de seu próprio pensamento.

 Acrescentemos apenas que mesmo uma monografia assim inclui passagens dissertativas. A apresentação da questão, a descrição das hipóteses e o relato de eventos são alguns do muitos exemplos que podemos dar nesse sentido.

 Para que sua argumentação seja bem-sucedida, apresentamos a seguir algumas dicas valiosas.

Contestação

 Ante de contestar uma opinião, exponha-a. Apresente-a de maneira imparcial e completa, de modo a oferecer uma visão nítida do pensamento de quem a formulou. O leitor tem direito de saber o suficiente para formular um ponto de vista próprio.

 Ao iniciar a contestação, seja gentil. Para tanto, abra a frase com partículas de ligação que introduzam a idéia oposta e evite generalizações. Exemplos: “Mas, considerado certos aspectos...”; “Contudo, a maior parte dos estudiosos afirma...”.

Concordância parcial

 Deixe clara sua posição, mesmo que ela difira de pontos de vista alheios. Mas não se esforce em negar totalmente opiniões contrárias ao seu pensamento. Sempre que for o caso, aponte que aspectos opostos ao seu discurso merecem ser considerados.

 Faça isto por meio de frases como:

“É verdade que em determinador casos...”;
“É possível que isso também aconteça...”;
“Em parte, talvez o autor esteja com a razão.

Formulação de hipóteses

 Nós, seres humanos, naturalmente curiosos. Tentamos conhecer tudo. Queremos saber por que e como as coisas acontecem.

 Diante de algo desconhecido, que nos intriga, levantamos afirmações provisórias para explicar o que ainda não conhecemos: são as hipóteses.

 Chegamos as hipóteses por diferentes, do bom senso à experiência, passando pela intuição e mesmo a fantasia.

 Seja como for, as hipóteses precisam ter funda mentos e lógica. Afinal, norteiam a pesquisa e a escrita. Até o último momento, nós as testamos, a fim de verificar se são válidas ou não.

 Seguem algumas dicas para você formular bem as hipóteses:

a)    Pense em situações possíveis de acontecer.
b)    Cuidado para não se contradizer em relação às teorias.
c)    Evite adjetivações exageradas.
d)    Busque objetividade, clareza e precisão.
e)    Em vez de generalizar, caracterize.
f)    Não esqueça que a hipótese deve ter relação direta com o problema.
g)    Separe suas próprias hipóteses das de terceiros. Sobretudo, jamais atribua a si o que outros desenvolveram. A desonestidade intelectual é delito grave.

Autoridade

 Reforce a credibilidade de seus argumentos fundamentado-os em trabalhos de especialistas e autores qualificados.

 Os depoimentos também devem ser escolhidos segundo a autenticidade e a legitimidade de quem os profere.

Falácias

 Durante a pesquisa, buscamos dados para sustentar nossa monografia do inicio ao fim. Mas, durante a redação, eventualmente descobrimos que nos faltam informações igualmente importantes. Voltamos às fontes e as completamos.

 Porém, pode acontecer de não termos tempo ou condições de realizar esta última busca. Neste caso, assumimos a lacuna para o leitor, que tem consistência das diferentes partes do texto.

 Durante defesa de monografia (graduação), dissertação (mestrado) ou mesmo tese (doutorado), os professores da banca examinadora costumam comentar as fraquezas de conteúdo ou raciocínio que detectaram. E nem por isso reprovam o estudante.

 Agora, ficam decepcionados ou enfurecidos caso percebam erro primário, ardil ou fraude.

 Portanto, evite:

a)    Deixar-se arrebatar, abandonando o foco da monografia para se apegar a questões marginais.
b)    Cair em círculos viciosos. Por exemplo:
 “Esse jogador joga mal, porque não tem um bom desempenho em campo”;
c)    Dar voltas em torno do mesmo ponto, refazendo a declaração com palavras diferentes, mas que nada acrescentam;
d)    Apresentar com evidente algo que desconhece;
e)    Tomar casos particulares como regra geral;
f)    Apontar como causa algo que não levou à conseqüência.

Conclusão

 Sua monografia inclui uma conclusão na qual você faz um balanço completo do caminho percorrido. Mas, nas diferentes partes do texto, feche suas descrições e raciocínios com expressões e frases arrematadoras.

 Após discorrer sobre diferentes pareceres emitidos acerca de um determinado aspecto, por exemplo, você não precisa necessariamente sintetizá-los, mas deve chegar a alguma conclusão a respeito.

 Para tanto, inicie a frase seguinte com palavras de ligação como: logo, portanto, conseqüentemente etc.

 Essa espécie de fecho circunstancial ajuda a lançar o leitor para frente, no sentido de novos horizontes de reflexão.

 


 

Introdução


 Na faculdade, vivemos esticando o olhar até o mercado de trabalho, tentativa de antever o espaço que um dia ocuparemos. Nas conversas de corredor e de cantina, falamos bastante a respeito do que faremos, depois de formados, para pagar as contas. Mesmo os colegas que contam com boa mesada sabem que, um dia, ela terá de ser substituída por salário.

 Digamos que toda essa especulação leve você a escolher “Emprego e economia no século XXI”. Para dispensar ao tema um tratamento profundo, imaginemos que você resolva ater-se apenas às pessoas de sua idade, que chegam ao novo milênio como jovens em vias de profissionalismo.

 Na lista de tópicos a serem pesquisados, você  inclui alguns possíveis de lhe proporcionar uma visão abrangente. Lê acerca das mudanças, registradas ao longo do tempo, nas relações entre empregado e empregador. Busca material sobre as características particulares do funcionamento econômico deste século.

 Ao desafio que os jovens de hoje enfrentam para iniciar uma carreira, você dedica mais tempo. Na internet, descobre características sobre o nível de absorção dos universitários de vários países e se inteira dos perfis melhor assimilados. Na biblioteca, encontram periódicos e livros que aprofundam as questões.

 Durante a pesquisa, você, por assim dizer, convive com os autores dos textos publicados. Eles lhe comunicam o que descobriram. Você absorve essas informações, privilegiando aquelas que mais ajudam a desenvolver uma análise perspicaz.

 Aos poucos, você passa a falar com segurança sobre o tema e o aspecto que resolveu enfocar. Suas próprias descobertas e conclusão parecem abrir caminho em seu cérebro. Ao consultar novamente seus fichamentos ou arquivos, você se surpreende com a clareza com que interpreta os dados coletados.

 Até o momento em que você vislumbra a roteiro de sua exposição: onde começar, melhor encaminhamento e modo de concluir. Que alegria! Você percebe que valeu a pena ter investido tanto tempo em pesquisa.

 Pois bem: todo esse recurso mental deve ser sintetizado na introdução, com a qual você delineia o tema, explica com se deu a pesquisa =, comenta achados e oferece uma idéia das páginas que seguem.

Quando e como escrever

Muita gente se pergunta se deve redigir logo a introdução ou deixá-la para o  fim, quando terá uma visão mais clara do trabalho como um todo.

 A nosso ver, ela deve ser produzida em primeiro lugar, para organizar o pensamento sobre as diferentes partes da monografia.
 Para escrevê-la, mantenha o sumário ao alcance da vista e use-o como base para alinhar suas idéias.
 Com a introdução, você inicia o desenvolvimento sabendo por onde caminhar a exposição – o que reduz as chances de extravio.
 É claro que, até o último momento, você faz descobertas e ajusta seu foco.

 Portanto, volta freguentemente  à introdução, para retocá-la ou mesmo refazê-la.

 Mas não se alarme com tais mudanças, pois elas são essenciais ao aperfeiçoamento de seu trabalho. É justamente nesse vaivém que você refina a abordagem, depura o conteúdo e aprimora a forma.

 Ao concluir a primeira versão global da monografia, retrabalhe a fundo a introdução: refaça frases, corrija deslizes, insira mais conteúdo e aprofunde reflexões.

 Assim, seu leitor trava contato com um texto denso, ordenado e bem escrito,  a indicar a qualidade da monografia com um todo. Então se sente estimulado a seguir em frente.

O que escrever

Introdução é uma apresentação, uma visão panorâmica do que o leitor encontrará. Portanto, tem de ser leve e sucinta
  Caso sua introdução se prolongue muito, pergunte-se se não é p caso de utilizá-la como rascunho do desenvolvimento.
 Ainda que breve, resumida e condensada, a introdução deve conter certos elementos que, mesmo tratados rapidamente, são essenciais para que o leitor saiba o que o espera.
 Nós os organizadores em torno de tema, pesquisa e abordagem.

Tema


•    Defina e delimite.
•    Situe no espaço e no tempo.
•    Demonstre a importância.
•    Diga por que o escolheu.
•    Comente o que já escreveram a respeito.
•    Informe sob que ponto de vista o focalizará.
•    Explique a demarcação adotada.

Pesquisa


•    Releve a diferença de sua pesquisa em relação às realizadas anteriormente.
•    Se achar conveniente, avente possíveis criticas que poderão ser feitas à sua abordagem, desculpando-se ou defendendo-se antecipadamente.
•    Elucide os motivos de determinadas decisões no tocante à escolha do material consultado.
•    No caso de pesquisa de campo, relate com foi feira a coleta de dados e sua interpretação.

Abordagem


•    Sintetize o conteúdo da monografia.
•    Exponha sua linha de raciocínio.
•    Resuma a ordenação impressa ao desenvolvimento.
•    Aponte idéias mestras e pontos principais da exposição.
•    Explique procedimentos adotados em sua argumentação
•    Antecipe a conclusão.

Convite


Como vê, a introdução deve ser esclarecedora e convidativa.
 Não pode se reduzir a mero resumo da monografia, pois precisa ajudar o leitor a entender o tema e oferecer uma visão global da abordagem.
 No que tange à redação em si, a introdução é uma amostra do que o leitor encontrará pela frente. Por isso, necessita ser clara, objetiva e agradável.
 A primeira impressão não é necessariamente a primeira que fica, mas determina bastante da relação do leitor com sua monografia comum todo. Por tanto , capriche.


 O desenvolvimento é a parte principal da monografia. De tal forma que é chamado de corpo do trabalho.
 No desenvolvimento,  você demonstra que da conta de seu tema: expõe os resultados da pesquisa, aprofunda conhecimentos, defende idéias, chega a conclusões.
 Por sua densidade e extensão, p desenvolvimento precisa ser dividido.
 Assim, você conduz com mais facilidade o leitor.

Dividir para guiar

AM preparar um  currículo para se candidatar a  estágio ou emprego, você agrupa as informações em blocos; dados pessoais, formação, experiência profissional e assim por diante.
 Dessa forma, a pessoa encarregada da seleção passa os alhos e já tem uma visão global a seu respeito. E, se precisar rever certas informações, vai diretamente aonde as mesmas se encontram.
 No desenvolvimento da monografia, a divisão é ainda mais necessária. Afinal, por mais simples que seja sua linguagem, trata-se de um texto bem mais complexo que um currículo.
 O leitor precisa ser conduzido por você, do contrário perde-se. Impulsione-o no sentido da profundidade, mas transmita os dados gradualmente, repartindo-0s por capítulos, que, por sua vez, podem ser subdivididos.
 Essa divisão já consta no sumário, mas agora, no momento de ater-se especificamente ao desenvolvimento, você pode aprimorá-la
 Ao fazer isto, leve em conta a necessidade de hierarquizar o conteúdo, ou seja, de diferenciar idéias principais e secundárias.
 Para que isso fique claro, pense no próprio menu do programa Word, que usamos para escrever nossos textos: ele se reparte em tópicos, sobre os quais clicamos para chegar às suas divisões internas.

A necessidade de critérios

divisão do desenvolvimento organiza o raciocínio e imprime fluência ao texto. Mas apenas se é feita com critério.
 Numa abordagem histórica de “as mulheres no Brasil do terceiro milênio”, por exemplo, não convém que você fale primeiro da situação da mulher no século XIX, passe aos dias atuais e, finalmente, volte à Antiguidade Clássica.
 Esse ziguezague temporal pode confundir o leitor. Por tanto, é aconselhável respeitar a cronologia. Outro aspecto importante é o espaço.
 Imaginemos que você trate das mulheres em geral, mas se atenha sobretudo ás suas conterrâneas. Certamente a abordagem, mas simples tem início no mundo, enfoca nosso país e finalmente sua cidade.
 Para dividir o desenvolvimento, coloque-se no lugar do leito e tente imaginar a maneira mais fácil e fluida de ele tomar conhecimento daquilo que você esta apresentando.
 Leve em conta a necessidade de as diferentes partes do desenvolvimento estarem concatenadas entre si e perfazerem um movimento lógico – sempre no  sentido da  profundidade.

Reorganização do conteúdo por capítulos

Ao final da pesquisa, você dispõe de uma grande massa de dados. Se é uma pessoa organizada, os  separou por autor, obra ou assunto.
 Caso as informações coletadas estejam digitadas,  você pode separá-las de acordo com a estrutura de seu desenvolvimento.
 Pense nos capítulos e subcapítulos como recipientes a serem preenchidos. Abra um arquivo para cada um deles e o ocupe com os dados que lhe dizem respeito.
 Essa reorganização do conteúdo ajuda a refinar a divisão do desenvolvimento e facilita a manuseio dos dados.

Seleção de trechos

 Recapitulemos: você escolheu e delimitou seu tema, esboçou um plano de pesquisa, recorreu ás fontes, coletou dados, concebeu um sumário, colocou um título provisório em sua monografia, redigiu a primeira versão da introdução e aprimorou a divisão em capítulos de seu desenvolvimento.
 Agora, precisa criar um texto que conjugue pontos de vista dos autores consultados à sua própria visão. Um escrito que contenha excetos e referencias, conectadas por formulações suas. Assim, você utiliza o pensamento alheio para fundamentar sua abordagem e fecundar seus próprios raciocínios.
 Para obter êxito na empreitada, comece relendo o material reservado a cada capitulo, de modo a escolher  os trechos realmente essenciais. Esta seleção deve ser feita com muita consciência, pois indicará seu conhecimento do tema e sua argúcia com leito/a.
 Leve em conta as seguintes sugestões.
•    Privilegie passagens densas, concisas e bem formuladas.
•    Procure dispor e fragmentos do maior número possível de autores e obras.
•    Se uma determinada obra lhe parece especialmente importante, mencione o fato, mas evite que a mesma se sobreponha às demais.
•    Mesmo que sua escolha se dê no conteúdo especifico de cada capitulo, tenha em mente uma visão global da monografia, de modo a não repetir idéias.
•    Diferencie os trechos com potencial para desencadear reflexões daqueles a serem utilizados em meio a raciocínios seus.

Escrita

 Imaginemos que você olhe para o título de sua monografia e a vislumbre inteiramente. O sumário traz tópicos pertinentes, ordenados com lógica. A introdução oferece uma idéia global do trabalho, com início, meio e fim. A divisão em capítulos do desenvolvimento é minuciosa. Os trechos selecionados de cada autor têm qualidade.
 Você já fez bastante no que diz respeito a tratamento do material pesquisado. Cada uma das medidas tomadas contribuiu para ajustar o foco da abordagem, que se desenrolará sobretudo agora, no desenvolvimento.
 Em princípio, você mostrará ao leitor aquilo que há de mais importante e atualizado sobre o tema. Reproduzirá o pensamento dos autores consultados de duas maneiras: sintetizando no interior de seu próprio texto e na forma de citações.
 Em ambos os casos, os pontos de vista aproveitados perfarão uma linha cujas conexões você criará com suas palavras. Estas constituirão uma espécie de argamassa a unir diferentes visões num escrito único. Para cumprir tal missão, têm de combinar eficácia, finura e sobriedade.
 Portanto, sugerimos o seguinte:
•    Demonstre respeito por todos os autores, sem resvalar par ao elogio descabido.
•    Lance luzes sobre os pontos de vista: contextualize-os, compare-os entre si, aponte concordâncias e entrechoques.
•    Exponha  seus próprios raciocínios, posicionando-se de forma clara e direta. Os autores podem ser famosos e conceituados, mas você também pesquisou o assunto e formou idéias a respeito. Sua monografia é o espaço ideal para expressá-las.
•    Indique o desenvolvimento com uma apresentação. Algumas linhas que sintetizem o percurso proposto ao leitor. Escreva-as em primeiro lugar, pois também ajudarão a manter a exposição no rumo certo.
•    Para facilitar a redação, concentre-se num capítulo do desenvolvimento de cada vez. Bole um pequeno roteiro para ele. Imagine onde começar, passar e terminar. Produza uma primeira versão e a deixe de molho.
•    Redija os capítulos na ordem em que aparecem no sumário. Toda via, se um deles parecer complicado, inicie outro. Mais tarde, quando estiver mais à vontade, retorne àquele deixando temporariamente de lado.
•    Mantenha à vista o foco principal de sua monografia. Ao longo de todo o desenvolvimento, evidencie os limites que estabeleceu para seu tema, sua opção de abordagem e o rumo que está dando à exposição. Dessa maneira, o leitor entende suas tomadas de decisões e não cria expectativa que você não tem como entender.

Reescrita

Depois de redigir inteiramente o desenvolvimento, releia-o e melhore o que lhe parece necessário. Preencha lacunas e elimine obscuridades. Desbaste os capítulos que exorbitaram dos dados que comportam.
 Reveja os títulos dos capítulos, conformando-os aos conteúdos definitivos. Corrija-os também no sumário.
 É possível que, durante a escrita, a estrutura do desenvolvimento tenha mudado bastante. De toda forma, aquele plano inicial foi importantíssimo para que você chegasse até aqui.
 Saboreie o orgulho de ter produzido o desenvolvimento. Celebre a vitória sobre a tarefa mais árdua da elaboração da monografia. Ainda há trabalho a ser feito, mas o principal já veio à tona.



  O ser humano cria grande expectativa em torno dos finais. Basta pensar na produção de adrenalina dos últimos instantes de qualquer jogo ou na esperança de desfecho feliz que nutrimos em relação a filmes e romances.
 Por mais que a monografia constitua um texto científico, o leitor espera que você a encerre com chave de ouro. De tal forma que sua conclusão influenciará a lembrança que ele guardará de sua exposição como um todo.
 Mas elaborar uma boa conclusão é fácil, pois você se limita a rematar o que expôs na introdução e no desenvolvimento. Com densidade, clareza e concisão, você dá conta disso.

 A conclusão deve ser breve, mas precisa se configurar:

•    Balanço do percurso que se inicio na introdução e atravessou o desenvolvimento;
•    Espécie de resposta definitiva às questões levantadas;
•    Síntese de suas próprias idéias;
•    Indicações de possíveis desdobramentos de sua pesquisa.

 

 Antes de redigir a conclusão, esboce um pequeno roteiro, no qual as idéias se encadeiem entre si e rumem para uma despedida que deixe entrever novos horizontes de pesquisa.
 Afinal, a busca de conhecimento se assemelha à corrida que os atletas empreendem antes das olimpíadas: o fogo passa de mão em mão e se mantém aceso.
 No mundo do conhecimento, as descobertas e idéias impulsionam novas buscas, com vista a compreendermos mais a realidade e, assim, podemos melhorá-la.

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