A Arquitetura Muçulmana

Entraremos agora no Estilo Muçulmano dizendo que...o que aconteceu com o Cristianismo se repetiu com o Islamismo.

A arte nos tempos antigos era a mais pura expressão dos sentimentos religiosos de um povo. Logo depois de Mahomet ter disseminado sua crença e conquistado países e adeptos pelo Egito, Síria e Pérsia começou a se criar um novo estilo. Os conquistadores não tinham idéias preconcebidas e nem mesmo um estilo próprio. De início contentaram-se com as estruturas existentes e para construir iam empregando os nativos dos países conquistados e os materiais dos templos pagãos, das igrejas Cópticas e Bizantinas. Quando esgotou-se tal fonte é que começou o grande desenvolvimento do estilo Muçulmano . Tal estilo varia de país para país, de acordo com as tradições e influências locais. Também há variações nos períodos em que o estilo alcançou o ápice do apogeu nas diversas regiões. No séc. VIII – Síria, Norte da África e Pérsia.

Só um século mais tarde é que chegou a vez do Egito e da Espanha onde surgiu vindo de Tunis, na Ásia Menor. No séc. XI foi na Índia que floresceu. No séc. XV foi em Constantinopla.

O nome dos diversos estilos Muçulmano s varia nos diferentes países. Na Síria e no Egito é Sarracênico ou Árabe. Em Tunis, em Marrocos e na Espanha, chama-se Mourisco. Na Ásia Menor é chamado de Otomano e na Índia, de Indo-Sarracênico.


( A mesquita Jâmi Masjid, em Delhi, na India)

Estilo

Existe uma regra universal no estilo Mahometano, a qual tem raras exceções: é a absoluta proibição das representações naturalistas de homens, animais ou plantas. Isto resultou no início a um tipo puramente convencional de desenho de folhas que quase sempre serve de fundo a magníficas inscrições de caracteres árabes e a desenhos geométricos de grande variedade, formando assim os “arabescos”. É evidente que os seguidores da Mahomet foram os maiores geômetras do mundo.

Em um período posterior chagaram os mahometanos ao tratamento decorativo dos detalhes de construção, como se pode ver nas arcadas sobre colunas e mais especialmente nas chamadas abóbadas em estalactites, que, salvo na Índia, se encontra em todos os estilos Mahometanos. As cúpulas sobre os pendentes, as coberturas aproveitadas como terraço e os interiores luxuosos em contraste com exteriores frios e sóbrios são outros tantos caracteres arquitetônicos.

Neste estilo, as colunas e os capitéis lembram muito a forma Bizantina, possuindo, além disso, arabescos.

Há diversas variações de cúpulas. Primeiro elas foram feitas de tijolos, mais tarde, imitadas em pedra, em cal e em madeira.

O arco quebrado posto pela primeira vez como aspecto construtivo na Mesquita a Ibu Tulum, no Cairo, em 870 A. D., tornou-se mais tarde o emblema da fé. Na Pérsia e na Ásia Menor os arcos tinham quatro dentro, o mesmo acontecendo na Índia. Também na Síria e no Egito o arco quebrado tomou a forma de ferradura. Já na Tunísia, Marrocos e Espanha prevalece o arco em ferradura com cabeça semicircular.

Mesquitas – As mesquitas têm planos retangulares. Para que os peregrinos façam suas abluções há uma fonte. O pátio é contornado por pórticos. Nos cantos destes há um nicho que indica a direção da cidade Santa. O lugar do Sheik é à direita e a esquerda a tribuna do Muezzin e a cadeira do pregador. Ao lado da mesquita se levantam minaretes das mais diversas formas conforme a época ou país. Ainda existem outros exemplos dignos se estudos; são os monumentos civis e palácios como o Alhambra, exemplo vivo e típico da arte do Islã e as casas e bazares.