Termina Greve na PUC-SP, mas Semestre ainda é Dúvida

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Para tentar encerrar semestre, professores terminam greve. Mas podem haver transtornos: docentes têm uma semana para repor aulas e lançar notas. Paralisação em 2013 não está descartada.

As aulas na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) devem ser retomadas hoje após um mês de greve. Mas a tensão continua porque a causa da paralisação não foi resolvida: a Fundação São Paulo, mantenedora da PUC, ainda mantém Anna Cintra como reitora da instituição, embora ela não tenha ficado em primeiro lugar em lista tríplice votada por professores, alunos e funcionários. E o final do semestre deve ser atribulado, com cada professor decidindo em apenas uma semana como encerrará as aulas.



O calendário acadêmico prevê que as notas estejam lançadas para conferência dos alunos no dia 20 de dezembro, ou seja, na próxima quinta-feira. É menos de uma semana para as possíveis reposições, avaliações e notas.

Segundo a Fundação São Paulo, a retomada das aulas se dá também por causa de decisão do Tribunal Regional do Trabalho desta quinta-feira. A ordem, segunda a Fundação, é que nenhuma classe seja perdida.

Na prática, porém, não há regras claras de como se dará o processo, o que exigirá atenção dos alunos, já que as soluções vão variar dependendo do departamento – alguns aderiram oficialmente à greve, outros não - e da adesão individual dos próprios alunos e professores no período.

A Associação dos Professores da PUC-SP (Apropuc) recomendou em assembleia ontem que nenhum aluno seja prejudicado, “Os alunos não terão falta de aulas. São, em média, duas semanas a serem repostas, salvo em caso de professor com falta que já tivesse reposições anteriores a serem feitas”, afirma o diretor da Apropuc e professor de Letras, João Teixeira.

A greve foi iniciada no dia 13 de novembro. Os professores se programam, em tempos normais, para encerrar o semestre na última semana de novembro.

Segundo João Teixeira, houve casos de docentes que deram nota zero para alunos que haviam aderido à greve, e estes últimos terão de exigir revisão da nota.

“Alguns professores reclamaram que perderam 2 ou 3 aulas. Mas não se pode dizer que se perdeu o semestre”, afirma o estudante Lucas Zapparoli, que está concluindo o curso de Relações Internacionais.

Segundo ele, muitos docentes passaram trabalhos durante a greve para substituir a avaliação que ocorreria nas semanas finais.

Mesmo diante deste cenário, estudantes não se mostram preocupados com a perspectiva de uma semana atribulada. “A tendência é que a gente consiga ter a conclusão de semestre sem prejuízos”, defende Henrique Iglecio, estudante de Direito que participa do movimento grevista.

Longe de resolver
A aparente união para encerrar o semestre, no entanto, está longe de resolver o imbróglio sobre a eleição para reitor na instituição. Alunos e professores afirmam que estão agora em “estado de greve”, e que uma nova paralisação pode vir a ocorrer antes do início das aulas no próximo semestre.

 

Por enquanto, toda a esperança de resolução parece estar nos tribunais. Oficialmente, para a Fundação São Paulo, Anna Cintra é a reitora.

Mas os grevistas questionam a permanência dela no cargo judicialmente. Eles defendem que, ao assumir mesmo após assinar que não o faria caso não ficasse em primeiro lugar na votação de alunos, professores e funcionários, Anna teria quebrado o “patrimônio moral” da PUC, que deve ser zelado de acordo com o estatuto da universidade.

Outro problema é que o presidente do Conselho Universitário deveria ser o próprio reitor. Segundo a Fundação São Paulo, Anna Cintra deveria estar no comando. Com isso, a entidade nem mesmo reconhece as deliberações feitas pelo Conselho desde o início do mês, em que o Consun exige que seja nomeado reitor interino o professor Marcos Masetto enquanto se avalia a questão da suspensão da lista tríplice.

O cenário é nada menos que confuso: o Grão-Chanceler da PUC, o arcebispo Dom Odilo Scherer, quer ver suas determinações reconhecidas pelo Consun, que por sua vez espera ver suas deliberações aceitas pelo mantenedor da universidade.

Parece que só mesmo a justiça para dar um fim a este cabo de guerra.

 

Fonte: Exame

 

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