A Música no Classicismo

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1750-1790

Duas foram as frentes de batalha no início do Classicismo: a música instrumental e a ópera. Na música instrumental, os primeiros campeões foram os filhos de Bach, principalmente Carl Phillip Emmanuel, que contribuiu de forma decisiva para a consolidação da forma-sonata, linha mestra de todo o período. Na ópera, Christoph Willibald von Gluck, que levou adiante as conquistas de Rameau na busca de uma ópera mais racional.


Harmonia e equilíbrio são as palavras-chaves do Classicismo. A música era vista como uma diversão leve e refinada, sem os exageros dramáticos e de ornamentação barrocos. Assim, ela se torna algo mais despojado, simples, homofônico, mas em compensação tende a ser uma arte frívola, formalista e um tanto mecânica.

A forma-sonata serviu de base fundamental para toda a música instrumental da segunda metade do século XVIII. Todos os principais gêneros criados na época - a sinfonia, o concerto para solista, o quarteto de cordas, a sonata - têm seu principal movimento, e talvez mais um outro, escrito na forma-sonata. Assim, embora tenha servido como molde para grandes obras-primas, ela de certa forma homogeneizou a produção instrumental da época.

Produção que não era pequena. O maior exemplo é o austríaco Franz Joseph Haydn, o primeiro grande gênio clássico. Ele escreveu 104 sinfonias, 80 quartetos de corda, 50 sonatas para piano, 20 óperas e ainda encontrou tempo para compor oratórios impressionantes como A Criação e As Estações.

Apesar desses feitos impressionantes, o maior compositor do período, e isso o próprio Haydn afirmava, foi mesmo Wolfgang Amadeus Mozart. Além de ser um verdadeiro prodígio (aos quatro anos já dava concertos!) e de compor copiosamente, era um músico sensível e profundo. Mozart estava longe de escrever peças superficiais como a de seus contemporâneos; aí que residia a grande diferença. Ele foi o melhor em todos os gêneros: do concerto para piano, modalidade que praticamente criou sozinho, à ópera, tudo que leva sua assinatura tende à perfeição.

Pré-romantismo

1790-1820

As últimas obras de Mozart são bastante diferentes das que ele compunha enquanto adolescente. Elas são mais dramáticas, tensas e refletem bem o seu estado psicológico, angustiado por perceber que estava morrendo. O Requiem é o maior exemplo dessa música que deixava de ser um divertimento frívolo e que começava a ser confessional, quase um retrato interior do compositor.

Quem levou adiante esse aspecto emocional foi o alemão Ludwig van Beethoven. Ele, que conheceu Mozart pessoalmente e que tinha sido aluno de Haydn, começou a escrever peças que aliavam o senso formal dos mestres a uma profundidade psicológica sem par em seus contemporâneos. Apesar de revolucionárias no conteúdo, que é altamente pessoal e subjetivo, no que concerne à forma, as obras beethovenianas estão fortemente arraigadas na tradição, na sonata, nos gêneros consagrados.

Essa fusão de individualismo e rigidez formal é a característica principal das duas primeiras décadas do século XIX e Beethoven logo se tornou o modelo dos demais compositores da época, principalmente Carl Maria von Weber e Franz Schubert. O primeiro compôs óperas como O Franco-Atirador, que levaram a fantasia mozartiana a um nível quase sobrenatural. Elas impressionaram, meio século mais tarde, o jovem Richard Wagner.

Já Schubert, que tinha verdadeira paixão por ópera e compôs várias delas, não obteve destaque como operista. O campo em que triunfou foi o lied (canção artística alemã) e música instrumental. Algumas de suas obras são ainda mais pessoais e introspectivas do que as de Beethoven, e ele foi um dos primeiros a experimentar gêneros de forma mais livre, como noturnos, fantasias e improvisos. Assim, ele mostrou, de maneira bastante intuitiva, o caminho que seus posteriores deveriam seguir.

O italiano Niccolò Paganini é importante não como compositor, mas como o primeiro superstar da história da música. Ele provavelmente foi o maior violinista de todos os tempos e soube cultivar sua fama. Tocava de forma tão emocional que parecia estar "possuído pelo demônio" - e, de fato, muita gente acreditava que ele tinha mesmo um pacto com o Diabo. Logo deixou de ser um homem para se tornar um mito. O primeiro grande mito do Romantismo.

 

 

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