Toulouse

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A boemia do bairro parisiense proletário de Montmartre, com seus moradores à margem da sociedade, as cenas de circo e de cabaré, o homem retratado em seu estado miserável, sem máscaras - esses são alguns dos temas mais freqüentes no trabalho do pintor Henry de Toulouse-Lautrec.

De estilo próprio e forte, suas obras não podem ser encaixadas em nenhuma escola. Sua vida, talvez tenha a mesma atmosfera de seus quadros: ficou paralítico e deformado ainda adolescente, desprezou o ambiente aristocrático familiar em nome da liberdade e da vida noturna parisiense, seus problemas com o alcoolismo o levaram à morte aos 37 anos.

Nascido a 24 de novembro de 1864 e tendo sempre mostrado talento para o desenho e a pintura, ingressa, em 1882 no estúdio do professor Bonnat, então famoso em Paris. Rejeita, porém, o estilo acadêmico que seus mestres (Bonnat e posteriormente Cormon) tentam ensiná-lo.

Traça seu próprio caminho, apesar da admiração pelos impressionistas (Degas, em particular) e pelo pintor Van Gogh, particularmente no que se refere às cores puras e à composição febril do quadro. Seus trabalhos, retratos fiéis de sua grande vivência e conhecimento da condição humana, exprimem individualidade e atestam um apurado sentido de observação.

No bairro de Montmartre, após sair da aristocrática casa paterna, busca a inspiração para compor suas melhores obras. Um bom exemplo disso é o quadro "Circo Fernando: A Amazona". A extrema expressividade da composição, sua vivacidade, o movimento, seus fortes contornos e sua linguagem sintética, anunciam já as características mais fortes da pintura do artista. O semblante carregado da amazona, seu ar grotesco, (sem contudo deixar de ser romântico), o palhaço decepado pela moldura e o sadismo do domador, revelam as facetas de um mundo que Lautrec torna-se mestre observar e retratar.

Inspirando-se nas estampas japonesas, revoluciona a arte dos cartazes publicitários. Com um mínimo de cores e traços, atinge grande expressividade.

A representação de La Goule (bailarina famosa) dançando sensualmente o can-can e seu magro partner Valentin le Desossé, de perfil, atestam bem esse talento na composição de posters.

O Moulin Rouge, em que a figura de La Goule e dele próprio também estão presentes, é mais uma de suas melhores obras. Com seu traço incisivo, profundo senso de observação e o uso característico da luz e da cor, capta a atmosfera do local. As personagens, freqüentadores e mulheres do local, têm aparência pesada e um tanto quanto sinistras, vistas sob a luz ambiente.

No Salão de Rue de Moulins é um de seus retratos mais famosos de um tema que não costumava ser tratado pelos artistas contemporâneos: a prostituição. A espera das mulheres por seus clientes, o sofá mole em que se apóiam e suas poses lânguidas resultam numa cena tratada sem falsos moralismos.

Seus últimos quadros, antes de seu derrame que o paralisa definitivamente em 1901, (após ser internado por problemas alcoólicos), retomam os temas já retratados durante a carreira, aprofundando-se ainda mais. É o caso de A palhaça do Cha-u-Kao, em que o drama humano do artista é intensificado, com harmonia de cores e equilíbrio.

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